Transformações Super Saiyajin se tornaram um dispositivo de enredo após a saga Freeza, quando Goku finalmente virou o lendário Super Saiyajin, em 1991, no capítulo 317 de Dragon Ball. Desde então, Akira Toriyama passou a adicionar novas formas a cada arco, oferecendo desenvolvimento para seus personagens ao mesmo tempo que construía um tropo crucial para a fórmula shonen.
No entanto, 33 anos se passaram desde o Super Saiyajin e, nesse meio tempo, os fãs já viram incontáveis personagens sendo empurrados para seus limites para alcançar novas transformações. A ideia de transformações constantes certamente saturou e os fãs têm se perguntado se a franquia depende muito de novas transformações e como esse problema pode ser corrigido.
O objetivo das transformações ao longo em Dragon Ball Z
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Inicialmente, as transformações Super Saiyajin tinham um peso mais significativo para a história geral, pois representavam a culminação de arcos de personagens. Tomemos como exemplo o Super Saiyajin 2 do Gohan, que confirma seu potencial sugerido ao longo da série e ao mesmo tempo indica que ele iria assumir a responsabilidade de Goku de proteger a Terra daquele ponto em diante.
Outro papel crucial desempenhado pelas transformações diz respeito a escala de poder. A introdução de novas transformações Super Saiyajin elevou gradativamente o poder dos personagens, aumentando assim os desafios enfrentados a cada arco da história. Inicialmente, essas transformações permitiram superar antagonistas antes intransponíveis, mas esta dinâmica mudou com o tempo. O arco Majin Boo, por exemplo, reformulou essa abordagem: as transformações deixaram de garantir a vitória, servindo apenas para equilibrar as chances em confrontos aparentemente sem esperança.
Como era Dragon Ball antes das transformações?
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Durante os eventos clássicos de Dragon Ball, antes de Toriyama saber que ele daria o Super Saiyajin para o Goku, as batalhas eram muito sobre trabalho em equipe e engenhosidade, tornando as apostas muito mais imprevisíveis e, portanto, deixando os fãs mais ansiosos pelo que viria a seguir.
No entanto, o rumo de uma batalha ficou bem mais evidente quando as transformações passaram a ser a norma. Afinal, dava para saber que uma batalha estava chegando ao fim quando uma nova forma era introduzida, e qualquer situação tensa poderia ser resolvida com uma nova transformação.
A nova abordagem para transformações em Dragon Ball Super
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Dragon Ball Super introduziu um novo sistema de poder, baseado em ki divino, que leva a série para outra direção de Dragon Ball Z. Além disso, a série tira o foco de lutas contra vilões para batalhas em torneios, levando Goku ou Vegeta a alcançar novos níveis por meio de treinamento e não necessariamente no calor da batalha.
Por exemplo, o Instinto Superior é a atual marca registrada do Goku quando se fala em transformação (sim, é uma técnica, mas também uma transformação visual). Ao invés de dar níveis diferentes para Goku, a nova abordagem permite que ele aprimore o Instinto Superior para sempre, aumentando a vida útil da forma, diferente de níveis como o Super Saiyajin 2 ou 3 que mal tiveram tempo de tela. O mesmo vale para Vegeta com o Ultra Ego e Gohan com a forma Beast.
No entanto, transformações se tornaram o rosto de Dragon Ball, com o sucesso comercial dependendo muito disso. Por isso, é provável que novas transformações continuem aparecendo ao longo dos anos apesar da abordagem atual da série.
Portanto, a partir de Dragon Ball Z, a série realmente passou a depender muito de novas transformações, mas elas desempenharam papéis importantes nos arcos de personagens e escala de poder, e Toriyama conseguiu ser criativo ao introduzir novas abordagens para elas, especialmente em Dragon Ball Super. Esperamos ver mais novas transformações no futuro!