Por que os anime antigos têm tanto filler enquanto hoje os animes só tem 12 episódios?

Ah, como os tempos mudaram para os fãs de anime! Quem começou a mergulhar nesse universo lá pelos anos 80 e 90 sabe bem do que estou falando.

Lembra daquela época de assistir Naruto em pedacinhos no YouTube? Ou da ansiedade esperando Dragon Ball Z avançar pela Rede Globo? Pois é, essa era de ouro já se foi, substituída por um mundo onde Crunchyroll e Funimation reinam supremos. Agora, a comunidade de fãs de anime é gigante, com convenções brotando em todo canto e espaços online para trocar ideias. Sem dúvida, hoje é um tempo maravilhoso para ser fã de anime fora do Japão.

Porém, os novatos no mundo dos animes podem se sentir meio perdidos ao encarar as séries mais antigas. Hoje em dia, a onda é das temporadas de doze episódios, direto ao ponto, sem enrolação. Até séries mais longas, como “My Hero Academia“, são feitas com um propósito, com pouquíssimo ou nenhum conteúdo que não venha do material original. O famoso “filler” em anime, aquelas histórias paralelas que não afetam a trama principal, se tornou uma raridade. Mas por que, antigamente, o anime era tão cheio de filler? Qual era a ideia por trás disso?

Filler: Um mal necessário ou uma expansão criativa?

Os fillers tinham suas razões de existir. Em primeiro lugar, muitos animes são adaptações de mangás, que muitas vezes ainda estão sendo publicados enquanto o anime está sendo produzido. Então, para não ultrapassar o mangá, os produtores tinham que ser criativos: desacelerar a trama, criar arcos novos ou até inventar histórias originais. Lembra de “Fullmetal Alchemist” em 2003 ou do Hellsing original? Eles tiveram que tomar essas medidas até que versões mais fiéis ao mangá fossem lançadas depois.

Mas os fillers não eram só uma questão de manter o ritmo com os mangás. Eles também davam a chance de explorar mais os personagens e trazer interações inéditas. Quem não lembra do hilário episódio de “Dragon Ball Z” com Goku e Piccolo tirando carteira de motorista? Esse tipo de filler trazia um toque especial à série, mostrando lados diferentes dos personagens. Claro, nem todo filler era um sucesso. Às vezes, temporadas inteiras se perdiam em histórias paralelas desnecessárias e chatas, sem nenhuma relevância posterior. Mas, de um modo geral, o filler tinha seu papel na história do anime.

Por que hoje os animes só tem 12 episódios?

A mudança para temporadas curtas

Nas últimas décadas, o anime passou por uma grande transformação. A qualidade da animação disparou, com séries como “Demon Slayer” e “Jujutsu Kaisen” elevando o padrão. A música de anime também ganhou um destaque maior, como as trilhas de “JoJo’s Bizarre Adventure”. O formato de 12 episódios surgiu como um meio-termo, reduzindo o filler e ajustando-se a realidades financeiras. Produzir doze episódios custa bem menos que vinte e seis, o que permite aos estúdios testar a recepção de uma série antes de investir mais.

Mas ainda existem animes mais longos, como “One Piece“, “Boruto” e “Dragon Ball Super“, que seguem com uma produção mais extensa. E alguns animes recentes, como o remake de “Shaman King”, também recebem temporadas mais longas, dependendo da confiança e capacidade do estúdio.

Navegando pelas quatro temporadas anuais

Cada ano traz quatro temporadas de animes, cada uma com três meses. Janeiro a março, abril a junho, e assim por diante. Os animes que estreiam nesse período lançam episódios semanalmente até completar os 12 da temporada. Há também animes com 24 episódios, que podem fazer uma pausa depois dos primeiros 12, retomando após alguns meses ou até um ano.

Para muitos fãs, acostumados com séries mais longas, se adaptar a animes de 12 episódios pode ser um novo hábito. Dependendo da história, esse formato curto pode não ser suficiente, exigindo mais episódios para desenvolver um arco completo.

Em resumo

O filler, embora muitas vezes frustrante, faz parte da rica história do anime. Ele desempenhou um papel crucial, mas, com as mudanças no mercado e na produção, tornou-se menos comum. Hoje, vivemos na era das temporadas curtas, mas ainda com espaço para séries mais longas e expansivas. Essa evolução reflete as mudanças nas preferências do público e nas realidades da produção de anime. E assim, o mundo dos animes continua a se adaptar e a encantar gerações de fãs.

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