Em um mundo onde o anime se torna cada vez mais uma janela para experiências visuais inéditas, a equipe por trás de Jujutsu Kaisen e o estúdio MAPPA encontram-se sob os holofotes. Recentemente, um vídeo revelador foi lançado pelo Animator Dormitory Channel, uma plataforma conhecida por seu apoio ativo aos animadores.
Nele, os membros da equipe de animação da MAPPA dão um mergulho profundo nas vicissitudes enfrentadas durante a produção da segunda temporada de Jujutsu Kaisen. As revelações confirmam muitas das histórias que já circulavam, adicionando uma camada de autenticidade e urgência às discussões sobre a indústria.
O desafio da produção e a voz dos animadores
O vídeo intitulado “Perguntando aos animadores do MAPPA sobre o recente escândalo de Jujutsu Kaisen” traz à tona as questões críticas que afetaram o desempenho da segunda temporada. Uma das principais revelações vem de Ryoko, o avatar do canal, apontando que as datas de lançamento foram predeterminadas pelos principais investidores e partes interessadas, sem considerar a viabilidade de uma produção saudável.
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Isso deixou o estúdio MAPPA em uma posição delicada, onde, apesar de pagar salários acima da média para freelancers, a compensação ainda parece insuficiente diante do volume de trabalho exigido. Esta prática de priorizar a eficiência sobre a qualidade resultou em episódios apressados, com cenas inacabadas, refletindo uma sistemática falta de valorização do trabalho dos animadores.
O Animator Dormitory Channel, com seu histórico de apoio a grandes nomes da indústria, como o diretor de BURN THE WITCH, Tatsuro Kawano, e o diretor de animação da terceira temporada de Attack on Titan, Masaaki Tanaka, propõe uma alternativa de vida acessível para animadores. Isso destaca uma comunidade que se esforça para sustentar aqueles no coração da criação de anime.
Procurando soluções no horizonte
As dificuldades enfrentadas pela equipe da MAPPA levantam questões sobre como a indústria pode evoluir para melhorar a situação dos animadores. Ryoko sugere o crowdfunding de séries de anime mais curtas como uma possível solução, ecoando ideias de veteranos da indústria, como Shigeo Akahori, do Studio Ghibli. Este último vê no crowdfunding uma oportunidade para combater o declínio criativo, incentivando um retorno às raízes através de curtas-metragens. Alternativas inovadoras, como a proposta de “anime leve” da Imagica Foss, que utiliza painéis de mangá em movimento para criar séries a uma fração do custo, também surgem como soluções viáveis.
As reivindicações feitas pelos animadores durante a produção de Jujutsu Kaisen não apenas expõem a pressão extrema sob a qual trabalham, mas também a urgência de uma mudança sistêmica. Apesar da MAPPA ser reconhecida por sua remuneração e benefícios, o apelo por uma revisão das práticas de trabalho e pela intervenção governamental sugere um caminho árduo pela frente. O interesse internacional crescente no bem-estar dos criadores de anime pode ser o catalisador necessário para impulsionar essas mudanças, desafiando os padrões estabelecidos e buscando um futuro mais sustentável para a indústria.
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