O universo de Jujutsu Kaisen apresenta uma peculiaridade fascinante: a existência de apenas duas escolas de Jujutsu em todo o Japão, e possivelmente no mundo, localizadas nas cidades de Tóquio e Kyoto. Isso se dá pelo fato de que a Feitiçaria Jujutsu tem uma presença mais marcante entre o povo japonês, explicando por que a maioria dos feiticeiros na série são do Japão.
Essa escolha de locais não é aleatória; as escolas estão situadas nas antigas e atuais capitais do país, refletindo uma mistura de tradição e modernidade.
A série explora dinâmicas interessantes, especialmente a contraposição entre o antigo e o moderno. Isso é evidente na rivalidade entre Sukuna, o feiticeiro mais poderoso da história, e Satoru Gojō, o mais poderoso da atualidade. Tal confronto é uma das várias maneiras pelas quais a narrativa brinca com essa dualidade, evidenciada também na discrepância de poder e experiência entre os feiticeiros de Tóquio e Kyoto.
Além disso, a trama se aprofunda na história dos Clãs Nobres e suas Técnicas Amaldiçoadas hereditárias. O passado violento entre os portadores das técnicas Ilimitado e Seis Olhos contra as Dez Sombras é um tema recorrente, simbolizando a eterna luta entre o velho e o novo. Gojō menciona essa história antiga para destacar o potencial latente de Megumi, preparando o terreno para desenvolvimentos futuros na trama, incluindo o confronto dramático entre Megumi e Gojō, catalisado pela posse de Megumi por Sukuna.
Satoru Gojō não é apenas um personagem central por seu poder inigualável; sua existência e herança são pontos de inflexão que desencadearam uma evolução tanto nos Espíritos Amaldiçoados quanto nos feiticeiros. O nascimento de Gojō é visto como um evento que desequilibrou significativamente o mundo do Jujutsu, acelerando a transição do arcaico para o moderno. Esse fenômeno é simbolizado na batalha culminante entre Gojō e Sukuna, reforçando a ideia de que a presença de Gojō marca uma era de transformações rápidas e profundas no universo de “Jujutsu Kaisen”.
Durante o “Jujutsu Kaisen”, a trama mergulha em eventos que datam de mais de mil anos, especificamente no Período Heian, um momento crucial na história japonesa. Essa era, que paradoxalmente se traduz como “paz”, foi marcada pela ascensão de Ryōmen Sukuna, conhecido como o feiticeiro Jujutsu mais formidável da humanidade.
Curiosamente, o nome “Heian” reflete a ironia de um tempo turbulento de feiticeiros desenfreados, com a capital da época, Heian-Kyō (atual Kyoto), servindo de palco para essas histórias lendárias. Kyoto, a capital original, foi o coração político e cultural do Japão por mais de um milênio, destacando-se como um centro de inovação artística, literária e linguística.
O Período Heian é celebrado como um renascimento cultural, dando origem a desenvolvimentos significativos na arte, poesia e literatura, além da criação do kana, o sistema de escrita fonética do Japão. Esse período de florescimento cultural serve de inspiração para “Jujutsu Kaisen”, posicionando-o como a Idade de Ouro do Jujutsu. Figuras proeminentes como Lord Tengen e Noritoshi Kamo, junto com Sukuna, o Rei das Maldições, dominaram a cena Jujutsu, tecendo uma tapeçaria rica e complexa de mitologia e poder.
Kyoto, mantendo seu status de capital até a Restauração Meiji em 1868, testemunhou o Japão atravessar um portal de isolamento para a modernidade. A era Meiji marcou o fim do sistema feudal e a ascensão de uma nova ordem, com Tóquio (anteriormente Edo) emergindo como a nova capital. Esse período histórico, especialmente a transição de Kyoto para Tóquio como centro de poder, reflete o porquê de as únicas escolas de Jujutsu estarem nestas cidades, simbolizando a ponte entre o passado glorioso e o presente inovador do Japão no universo de “Jujutsu Kaisen”.
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