Transpor o universo vibrante e dinâmico do anime para o live-action cinematográfico tem se mostrado um desafio monumental, como evidenciado pelo desapontamento de inúmeras produções ao longo dos anos.
Um dos exemplos mais notáveis foi o filme de 2009, “Dragonball Evolution”, uma tentativa fracassada de adaptar a saga de Goku para a grande tela. A incongruência do projeto com a visão original de Akira Toriyama, o criador de Dragon Ball, foi evidente e trouxe consigo uma onda de críticas.
Embora os atores não tenham sido o foco principal das críticas, o filme teve um impacto prejudicial em suas carreiras, notadamente Justin Chatwin, que interpretou Goku. A adequação de Chatwin para o papel foi questionada, embora seja um desafio identificar qualquer ator que poderia encarnar perfeitamente Goku, uma complexidade reconhecida até mesmo por Toriyama.
Durante uma sessão de perguntas e respostas em 2013, a propósito da estreia de “Dragon Ball Z: A Batalha dos Deuses”, Toriyama foi interrogado sobre vários tópicos, incluindo suas opiniões sobre as adaptações live-action e possíveis escolhas de elenco para seus personagens icônicos.
O criador de Dragon Ball admitiu que não conseguia identificar nenhum ator que pudesse fazer justiça a Goku durante o lançamento de “Dragonball Evolution”. No entanto, ele revelou que, se a adaptação live-action tivesse sido feita em uma época anterior, seu Goku ideal teria sido Jackie Chan na juventude.
A admiração de Toriyama por Jackie Chan é bem conhecida. O mestre das artes marciais foi uma grande influência para a criação do mangá Dragon Ball, inspirado principalmente pelo filme “The Drunken Master” (1978), protagonizado por Chan. Esta admiração se transformou em uma amizade e respeito mútuo com o tempo. O personagem Jackie Chan, uma identidade secreta de Roshi no primeiro Torneio de Artes Marciais da série, foi uma homenagem a Chan.
Seria fascinante imaginar Jackie Chan assumindo o papel de Goku. Dada a sua habilidade em artes marciais, os movimentos acrobáticos e a energia de Goku não seriam um desafio para ele. No entanto, agora com 68 anos, esta ideia permanece como uma anedota, uma visão do “que poderia ter sido”. Esta discussão traz uma nova perspectiva sobre a dificuldade em adaptar animes para live-actions e as decisões de elenco que podem impactar profundamente a recepção de tais produções.
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