Ah, o cânone nos animes. Esse assunto é um verdadeiro campo minado, não é? A coisa toda parece mais complicada do que realmente deveria ser. Quando falamos de animes, especialmente os do gênero shōnen, temos um universo de possibilidades e interpretações. Vamos começar por aí: diferentes séries, filmes que se encaixam de maneira questionável no cânone e materiais suplementares que nem sempre são considerados parte oficial da história. É um terreno bem frouxo e, por vezes, confuso.
Ultimamente, houve uma movimentação interessante no mundo dos animes shōnen. Filmes suplementares estão sendo aceitos como parte do cânone, como é o caso do “Mugen Train” e, em menor escala, os filmes de “My Hero Academia”. No entanto, ainda existe uma grande quantidade de conteúdo que é introduzido e logo esquecido, ficando numa área cinzenta de canonicidade.
Agora, se formos falar de um caso específico que realmente agita os ânimos, não podemos deixar de mencionar “Dragon Ball GT“. Essa série é um verdadeiro divisor de águas: ou você ama ou odeia. A canonicidade de “Dragon Ball GT” é um tópico quente, com muitas opiniões e informações contraditórias que podem mudar a qualquer momento com novas edições ou materiais suplementares.
“Dragon Ball GT” é a ovelha negra da família Dragon Ball. Para os mais jovens ou novatos na franquia, entender essa controvérsia pode ser um desafio. Um dos principais motivos para essa divisão é a falta de envolvimento direto de Akira Toriyama, o criador original da série. “GT” foi uma criação da Toei Animation, usando os personagens de maneiras novas e diferentes. Apesar de Toriyama ter contribuído com alguns personagens e o nome da série (GT significa “Grand Tour”), a série não se baseou em nenhum mangá.
A história segue Goku, Pan e Trunks numa jornada pelo universo em busca das Black Star Dragon Balls, com a Terra correndo risco de explosão. O objetivo era voltar às raízes de aventura do “Dragon Ball” original, mas misturando elementos de “Dragon Ball Z”. O resultado foi um mix de estilos que nem sempre funcionou.
Apesar das críticas e da recepção morna em comparação com outros títulos da franquia, “Dragon Ball GT” teve seus momentos. A transformação Super Saiyajin 4, por exemplo, é muito valorizada pelos fãs e aparece em outros títulos como “Super Dragon Ball Heroes”. A trilha sonora também é um ponto alto. No entanto, a série falhou em se estabelecer como algo único e muitos fãs preferiram deixá-la de lado.
Apesar de tudo isso, por um bom tempo, “Dragon Ball GT” foi considerado canônico pela Shueisha e o próprio Akira Toriyama dá à entender isso também. Isso mostra como a questão do cânone pode ser fluida e sujeita a mudanças no mundo dos animes. Afinal, no universo dos animes, especialmente nos shōnen, o cânone é uma questão de perspectiva e aceitação da comunidade.
Quando falamos de canonicidade em séries como Dragon Ball, procurar uma linha do tempo oficial pode ser um bom ponto de partida. Claro, algumas dessas linhas do tempo podem ser um tanto enigmáticas, como no caso da complexa cronologia de “Legend of Zelda”.
No universo de Dragon Ball, diversos cronogramas foram apresentados ao longo dos anos, como o “Chouzenshuu 4: Dragon Ball Super Encyclopedia”, a exposição “Akira Toriyama: The World of DRAGON BALL” e uma linha do tempo criada para o festival “Dragon Ball Tenkaichi Budosai” de 2017. Esses documentos são fundamentais para entender a posição de “Dragon Ball GT” como canônico, respaldada tanto por Akira Toriyama quanto pela Shueisha.
Segundo esses cronogramas, “Dragon Ball GT” acontece entre os anos 789 e 889 do universo de Dragon Ball. Para contextualizar, Bulma conheceu Goku em 749 e Goku nasceu em 734. O filme “Dragon Ball Super: Broly” oferece um panorama visual dos eventos ao longo dos anos. Atualmente, “Dragon Ball Super” está situado no ano 783, e o último episódio de “Dragon Ball Z” acontece em 784. Vale ressaltar que existem muitas informações contraditórias nas séries, e a original “Dragon Ball” não foi criada com uma sequência direta em mente.
Ainda que o conhecido “Fim de Z” seja considerado canônico, há dúvidas sobre como ele se encaixa na narrativa ao considerar “Super”. A canonicidade se torna uma questão ainda mais complexa quando pensamos em como todos esses elementos se interligam na linha do tempo.
Talvez a maior interrogação seja por que “Dragon Ball GT” foi visto como não-canônico por muitos. A explicação pode ser mais simples do que parece: talvez as pessoas simplesmente não gostaram tanto da série. A falta de aceitação do público pode levar ao desejo de desconsiderá-la. Além disso, o material suplementar que poderia reforçar sua canonicidade demorou a chegar ao público internacional.
Para quem ainda reluta em aceitar “Dragon Ball GT” como canônico, é importante lembrar que o universo de Dragon Ball se expandiu para abraçar conceitos multiversais em séries como “Super Dragon Ball Heroes“. Akira Toriyama já considera “GT” parte da franquia, e “Super” tenta preencher as lacunas entre “Dragon Ball Z” e “GT”. No entanto, a beleza do fandom é que cada fã tem a liberdade de escolher o que aceitar ou não.
Em termos oficiais, “Dragon Ball GT” é parte canônica do universo de Dragon Ball, pelo menos em um dos muitos universos possíveis. A série integra a narrativa de forma única e, apesar das divergências de opinião, ocupa um lugar na história da franquia. A canonicidade, no mundo dos animes, muitas vezes transcende a narrativa pura e simples, tornando-se uma questão de interpretação pessoal e preferência dos fãs.
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Dragon Ball é um mangá japonês criado pelo Akira Toriyama lá em 1984. A parada acompanha o Son Goku, desde moleque até virar adulto, mandando ver nas artes marciais. O mangá do Toriyama virou duas séries de anime feitas pela Toei Animation: Dragon Ball e Dragon Ball Z.
Essa franquia explodiu e é uma das que mais fatura no mundo todo. Os 42 volumes do mangá venderam mais de 160 milhões de cópias só no Japão e 299 milhões pelo mundo afora. Ah, e dá para assistir o anime completo na Crunchyroll.
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