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Opinar sobre as adaptações de mangá para anime é navegar por um mar de expectativas e realidades. Fidelidade é a palavra-chave, mas a indústria nem sempre consegue manter-se apegada a ela, afinal, o que prevalece é a batalha contra o tempo e o orçamento. Nos primórdios, e até os dias atuais, esse desafio persiste: as adaptações correm para alcançar o material original, e, na ausência dele, os produtores são forçados a tomar decisões drásticas.
Com a pressão de manter o interesse do público e o fluxo de episódios constante, as adaptações recorrem a preenchimentos, encerramentos abruptos ou desvios criativos do roteiro original. É uma dança delicada entre honrar a obra e manter o anime vivo. Recentemente, o modelo de ‘temporadas’ tem sido um alívio, mas ainda assim, não é a panaceia para todos os males da adaptação. Confira, a seguir, 10 animes que acabaram ultrapassando o mangá!
10. Elfen Lied: A Concisão por Necessidade
“Elfen Lied“, a joia controversa de Lynn Okamoto, é um exemplo clássico onde os limites de financiamento falaram mais alto. A compressão da narrativa de 113 capítulos em 13 episódios foi um ato de malabarismo que terminou de maneira ambivalente, deixando mais perguntas do que respostas sobre o destino dos personagens centrais. É uma situação que coloca em perspectiva o desafio de se adaptar com recursos limitados.
9. Kuroshitsuji: Quando a Originalidade Encontra Fãs
“Black Butler” começou fiel, mas rapidamente desbravou um caminho original, deixando para trás os trilhos do mangá. A primeira temporada até que saiu-se bem, apesar das liberdades tomadas com algumas personalidades dos personagens, mas a segunda temporada sentiu o peso do julgamento dos fãs. Não obstante, a série soube redimir-se com suas sequências mais fiéis, voltando às graças dos seus seguidores.
8. Trigun: O Acaso na Produção
“Trigun” acompanha uma jornada semelhante, caminhando lado a lado com o mangá até que o inesperado fechamento da revista original causou um baque na narrativa. A Madhouse, então, viu-se forçada a improvisar um final enquanto “Trigun Maximum” continuou sua saga em papel. O anime, concluído, deixou para os fãs o mangá como um caminho para quem busca completude.
7. Chrono Crusade: Duas Entidades, Uma Essência
Finalmente, “Chrono Crusade” apresenta um caso peculiar onde manga e anime compartilharam o mesmo período de encerramento, mas seguiram direções opostas. O desapego do criador do mangá em relação à adaptação levou a diferenças significativas, em especial nos capítulos finais. O resultado? Duas obras que se desdobram sobre um mesmo tema, mas com visões divergentes, deixando a base de fãs dividida.
6. Desacertos e Descontentamentos: O Caso de “Tsubasa: Crônica do Reservatório”
A jornada da adaptação de “Tsubasa: Reservoir Chronicle” pelo estúdio Bee Train pode ser vista como uma série de erros e uma notável fonte de descontentamento. Não só houve uma infeliz adição excessiva de arcos de preenchimento, mas esses mesmos arcos transgrediram regras estabelecidas pelo universo CLAMP, como a proibição de ressuscitar personagens mortos.
A cereja do bolo foi um arco final completamente original, que desconsiderou o teor mais sombrio e narrativas cruciais da obra. Isso culminou em uma ruptura entre CLAMP e o estúdio, e posteriormente, uma passagem de tocha para a Production IG, na esperança de alcançar uma fidelidade mais respeitosa à obra original.
5. “Fruits Basket” de 2001: Um Primeiro Ensaio Controverso
A primeira adaptação de “Fruits Basket” pelo Studio DEEN gerou sentimentos mistos. Enquanto tinha seu charme e um certo apelo popular, a visão de Natsuki Takaya, o mangaka, não se refletiu plenamente. O anime evitou por pouco superar o mangá, interrompendo-se em um ponto que poderia ser considerado precoce.
A série animada, iniciada enquanto o mangá ainda estava em publicação, acabou por distorcer aspectos de personagens-chave, incluindo a representação do vilão Akito. Felizmente, a série redimiu-se com um remake pela TMS Entertainment em 2019, alinhado ao coração e à trajetória do material fonte.
4. “Soul Eater”: Um Final Desencontrado
“Soul Eater” é um anime que partilha uma realidade que muitos shonen acabam enfrentando: a divergência do material original. A série animada se desviou nos seus capítulos finais, apresentando uma conclusão ausente no mangá. Para aqueles que se deliciaram com o anime e sua execução quase isenta de preenchimentos, mas que procuram um final mais conclusivo, explorar o mangá é um passo altamente recomendável.
3. “Fullmetal Alchemist”: Duas Faces da Mesma Moeda
O caso de “Fullmetal Alchemist” é peculiar. O anime original de 2003 tomou um caminho próprio, partindo do mangá em um estágio inicial e tecendo um fim distinto. Esta liberdade criativa levou a um universo paralelo onde personagens, como Lust, tinham contornos emocionais e motivações diferentes, o que, por um lado, mostrou a versatilidade da história, mas, por outro, pode ter distanciado os puristas da adaptação.
2. “Naruto”: Navegando nos Mares do Preenchimento
Naruto, como um típico shonen de longa duração, encontrou-se navegando nas águas tumultuadas dos arcos de preenchimento. Estes episódios foram tanto uma benção para quem desejava mais conteúdo dos personagens secundários, quanto uma maldição para aqueles que ansiavam pela continuidade da história principal. A sequência “Naruto Shippuden” tentou se desviar dessa prática, mas ainda assim, as ondas dos fillers eram inevitavelmente sentidas.
1. “Dragon Ball”: A Lenda dos Preenchimentos Intermináveis
Por fim, “Dragon Ball” e seu lendário problema de pacing. É conhecido que a série, tanto no original quanto em “Z”, foi estendida com arcos de preenchimento e cenas de luta dilatadas. Essas escolhas de produção resultaram em uma experiência que muitos consideram arrastada, especialmente quando comparada com o ritmo mais ágil e direto do mangá. Por isso, recomenda-se aos novos fãs que mergulhem diretamente no material fonte para uma experiência mais fluida e sem as dilatações do anime.
- Leia também: Dragon Ball: O que é Zenkai?
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