Ao observar o fenômeno que se tornou Jujutsu Kaisen, é inegável que a série deixou sua marca indelével na cultura pop atual. O mangá cativou um público amplo e diversificado, e a adaptação para anime pela MAPPA tem recebido elogios quase unânimes por sua qualidade excepcional.
O estúdio conseguiu capturar a essência visceral e dinâmica da obra de Gege Akutami, elevando o Arco Shibuya a um patamar onde cada episódio é um feito em si mesmo, uma explosão de intensidade que mantém os espectadores na borda de seus assentos.
No entanto, é impossível ignorar as circunstâncias que borbulham sob a superfície desse sucesso estonteante. Gege Akutami, o próprio criador da série, expressou preocupações legítimas e muito necessárias quanto ao bem-estar daqueles que dão vida à sua criação. Ele disse: “Espero que as pessoas que trabalharam tanto para tornar possível esta experiência e animação sejam cada vez mais recompensadas. É tudo o que tenho a dizer!“
O fato de Akutami recorrer ao Twitter para fazer um apelo direto ao MAPPA, pedindo que os trabalhadores sejam devidamente recompensados, é tanto um ato de coragem quanto um indicativo de um problema sistêmico que aflige a indústria de animação japonesa.
Esse não é um problema isolado ou um incidente único; é uma questão que Akutami já havia abordado anteriormente, mostrando que sua preocupação é constante e profundamente enraizada. A angústia do autor sobre os riscos de exaustão e falta de tempo para o descanso pessoal dos trabalhadores é um reflexo de uma indústria notória por suas longas horas e condições de trabalho desafiadoras.
A reputação do MAPPA, apesar de sua excelência em entrega de conteúdo, é manchada por alegações de práticas laborais questionáveis, sobretudo após a produção da quarta temporada de “Shingeki no Kyojin” (Attack on Titan), que trouxe à tona histórias de animadores submetidos a condições extremas.
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Não se pode negar que a pressão para produzir conteúdo de alta qualidade em tempo hábil é imensa, especialmente quando se trata de séries antecipadas com grande expectativa do público. Contudo, a questão que permanece é se a qualidade artística deve vir à custa do bem-estar daqueles que a tornam possível. A cultura de excesso de trabalho, conhecida no Japão como “karoshi”, é um estigma que a indústria de anime precisa enfrentar e superar.
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