“My Hero Academia“, criado por Kohei Horikoshi, rapidamente escalou posições para se tornar um dos animes e mangás mais adorados da década recente. Essa ascensão não foi por acaso; a série conseguiu harmonizar com maestria a estrutura narrativa shonen tradicional com os elementos icônicos do universo dos super-heróis.
Acompanhamos a trajetória de Izuku “Deku” Midoriya, que evoluiu de um jovem sem poderes, admirador dos heróis, para se tornar uma promessa heroica, caminhando a passos largos para se tornar o herói número um do Japão. O encanto de “My Hero Academia” reside na inovação e criatividade das individualidades apresentadas, transformando a série em uma experiência única e fascinante.
Além dos poderes convencionais esperados pelo público em histórias de super-heróis, como a pirocinese e a habilidade de comunicação com animais, “My Hero Academia” se destaca pela introdução de individualidades inusitadas e, por vezes, extravagantes.
Entre os estudantes da Classe 1-A da UA High, Fumikage Tokoyami se destaca não apenas por sua aparência incomum — uma mistura entre humano e corvo — mas principalmente por sua individualidade, Dark Shadow.
Esta sombra viva, que luta ao lado de Tokoyami, confere a ele não só uma presença marcante mas também habilidades notáveis, como a capacidade de se lançar pelos ares, lembrando o voo. O que torna Dark Shadow particularmente fascinante é sua autonomia e constante disponibilidade, apresentando-se como uma entidade viva com vontades próprias, algo raro e intrigante dentro do universo de “My Hero Academia”.
A individualidade de Setsuna Tokage, da Classe 1-B, é um exemplo brilhante da criatividade sem limites de “My Hero Academia”. Com a capacidade de dividir seu corpo em até 50 partes independentes, Tokage explora um aspecto único dos poderes baseados em animais. Este Quirk não apenas facilita a espionagem mas também permite uma recuperação física notável, reminiscente da regeneração de caudas de lagartos.
O aspecto mais surpreendente, porém, é a capacidade dessas partes separadas de levitar e se projetarem em alta velocidade, transformando-as em armas letais. Tal habilidade desafia a lógica tradicional, levantando questionamentos sobre o funcionamento independente de partes do corpo sem a conexão direta com o cérebro ou órgãos vitais.
Seiji Shishikura pode não ser um dos personagens mais destacados em “My Hero Academia”, mas sua individualidade, Meatball, merece atenção por sua natureza única e, francamente, perturbadora. Transformar pessoas em amontoados de carne não só soa grotesco mas também levanta questões sobre as implicações físicas dessa alteração.
Enquanto a série retrata essa habilidade como temporária e reversível, a lógica sugere consequências muito mais graves, como danos permanentes ou até morte, considerando a compressão e deformação do corpo. No entanto, “My Hero Academia” opta por manter essa individualidade dentro dos limites da inconveniência temporária, evitando explorar as ramificações mais sombrias que poderiam acompanhar tal poder.
A individualidade de invisibilidade de Toru Hagakure traz uma dinâmica interessante para “My Hero Academia”, combinando o potencial para táticas furtivas com um dilema científico não resolvido. A invisibilidade contínua de Hagakure contradiz o princípio básico da visão, que depende da luz refletida pelos objetos.
Se os olhos de Hagakure também são invisíveis, teoricamente, ela não deveria ser capaz de ver, pois a luz não poderia interagir com seus olhos. Este paradoxo é uma das muitas liberdades criativas que “My Hero Academia” toma com suas individualidades, escolhendo focar mais no entretenimento e na funcionalidade narrativa do que na precisão científica.
Goto Imasuji, conhecido como Muscular, apresenta uma das primeiras e mais visuais ameaças em “My Hero Academia”, com uma individualidade que permite um aumento drástico de massa muscular. Apesar de impressionante, essa habilidade levanta questões sobre a viabilidade biológica, já que o excesso de tecido muscular exposto deveria resultar em vulnerabilidades severas, como perda de sangue ou infecções.
A ausência de um fator de cura para compensar esses riscos é uma escolha narrativa que prioriza o impacto visual e a ameaça imediata em detrimento da lógica biológica, um tema recorrente na representação de poderes em “My Hero Academia”.
Rikido Sato traz uma das individualidades mais relatables para os fãs de doces, com o Sugar Rush permitindo um aumento de força em troca de consumo de açúcar. A relação entre açúcar e energia é bem documentada, mas a execução dessa individualidade em “My Hero Academia” adiciona camadas de complexidade e consequências, como a redução temporária da capacidade cognitiva e o inevitável “crash” de energia.
Esses efeitos colaterais, embora façam um paralelo interessante com a realidade do consumo de açúcar, introduzem questões sobre a sustentabilidade e as implicações a longo prazo dessa habilidade, que a série aborda de maneira leve e não exploratória.
Momo Yaoyorozu, uma das estudantes mais brilhantes da Classe 1-A, é dotada de uma individualidade notavelmente versátil: a Criação. Este poder lhe permite materializar qualquer objeto inanimado, desde que ela conheça sua composição molecular. Embora este Quirk pareça oferecer possibilidades ilimitadas, ele opera dentro de uma limitação crucial: o consumo de lipídios do corpo de Yaoyorozu como matéria-prima para a criação.
A série já mostrou Yaoyorozu atingindo seus limites físicos, mas sem alterações visíveis em sua forma, o que levanta questões sobre a representação física da exaustão de seus recursos. Idealmente, “My Hero Academia” poderia explorar mais profundamente essa dinâmica, mostrando Yaoyorozu se preparando para grandes batalhas ou lidando com as consequências de usar seu Quirk intensamente.
Chiyo Shuzenji, também conhecida como Recovery Girl, possui uma das individualidades mais cruciais dentro de “My Hero Academia”: a capacidade de curar. Seu Heal Quirk, ativado por um beijo, é uma ferramenta vital para manter os heróis em combate. Embora frequentemente utilizada com um toque de humor, a natureza exata dessa habilidade e seus limites permanecem vagamente definidos.
Shuzenji menciona o uso de sua energia vital no processo, sugerindo limites para seu poder, mas a série não explora as potenciais consequências de seu uso frequente e intensivo, especialmente durante eventos como o Festival de Esportes da UA High, onde ela cura repetidamente sem sinais de esgotamento.
Manga Fukidashi, com seu Comic Quirk, representa um dos aspectos mais lúdicos e meta de “My Hero Academia”. Este poder transforma falas e sons em balões de fala físicos, uma manifestação literal da expressividade dos quadrinhos.
No entanto, a aplicação prática desse Quirk traz complicações significativas para a vida diária de Fukidashi, como falar ou comer, atividades que potencialmente desencadeariam sua habilidade de maneira caótica. A ausência de limites claros ou condições para ativação deste Quirk deixa espaço para questionamentos sobre como Fukidashi navega essas situações cotidianas sem causar destruição inadvertida.
Cathleen “Star and Stripe” Bate surge em “My Hero Academia” com uma das individualidades mais poderosas e potencialmente problemáticas: New Order. Esse Quirk permite a reescrita da realidade através da imposição de “regras” sobre pessoas ou objetos, limitado apenas pela necessidade de conhecimento do nome do alvo e pela restrição de duas regras simultâneas.
A complexidade e as limitações arbitrariamente impostas a New Order introduzem um elemento de Deus Ex Machina, onde o Quirk serve como uma solução onipotente para desafios narrativos, ao invés de integrar-se harmoniosamente ao universo da série. A breve aparição de Bate na história sublinha a dificuldade de equilibrar um poder tão absoluto sem desestabilizar a lógica interna do mundo de “My Hero Academia”.
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