Não tem ninguém mais fora do comum no mundo dos mangás que Tatsuki Fujimoto. O cara é quase tão único quanto Chainsaw Man, sua obra mais famosa. Chainsaw Man chegou chegando na nova geração shonen, já é visto como um clássico dos tempos modernos, e a sua adaptação para anime que bombou em 2022 só fez a fama de Fujimoto disparar.
O que faz Chainsaw Man ser tão marcante e poderoso é a sua vibe toda própria – é ao mesmo tempo uma comédia maluca, uma fantasia sombria cheia de violência sobre um mundo cheio de Demônios e um drama que mexe com a gente de verdade, fazendo a galera se emocionar com cada reviravolta trágica. O jeitão único de Chainsaw Man reflete bem a personalidade do próprio Tatsuki Fujimoto, o que torna super interessante conhecer o cara por trás dessa história incrível.
A maioria dos mangakás tem uma trajetória bem padrão pra entrar no ramo. Eles desenham mangá desde novinhos, fazem cursos superiores em artes e pegam experiência trabalhando com autores mais estabelecidos até lançarem seu próprio trabalho. Mas o caminho de Fujimoto foi bem diferente.
Desde pequeno, Fujimoto curtiu desenhar, mas na sua cidade só tinha curso de pintura a óleo, nada a ver com mangá. Ele começou a criar seus próprios mangás enquanto estudava pintura ocidental na faculdade. Sem passar pela etapa de assistente, Fujimoto foi direto para criar histórias curtas originais. E não é que deu certo? Em pouco tempo, ele lançou seu primeiro mangá serializado, Fire Punch, em 2016, só dois anos depois de se formar.
Se você já acha Chainsaw Man diferente, Fire Punch é outro nível de bizarrice e choque. Ambientado em uma distopia congelada, Fire Punch conta a história de Agni, um cara que tem o poder de se regenerar mas que vive em chamas eternas. A série não economiza na violência e é brutal com seus personagens, ficando conhecida como uma das histórias mais loucas e inusitadas do shonen.
Fire Punch dividiu opiniões: enquanto uns veem como genial, outros não conseguem entender. Independente do que se pense sobre a qualidade, Fire Punch mostra claramente o estilo único de Fujimoto de contar histórias.
O Tatsuki Fujimoto é aquele tipo de pessoa que ama cinema de todo tipo. Ele vive colocando referências de filmes nas suas histórias e cria personagens que também são viciados em filmes, como a Togata de Fire Punch e o Denji de Chainsaw Man. A ideia pra Chainsaw Man veio de O Massacre da Serra Elétrica, aquele terrorzão clássico americano.
Mas não é só de filme de terror que Fujimoto se inspira, não. Ele curte umas coisas bem variadas, tipo Sharknado, aquela comédia louca de desastre, Reservoir Dogs do Tarantino, a comédia de terror maluca Attack of the Killer Tomatoes! e até o drama japonês Typhoon Club. No mundo dos animes, ele é fã de FLCL, Kizumonogatari e Devilman, que deram uma influenciada boa no seu trabalho.
| Mulheres dominantes em Chainsaw Man |
|---|
| Makima |
| Fumiko |
| Quanxi |
| Reze |
| Yoru |
Nos mangás de Tatsuki Fujimoto, as mulheres são daquelas que chegam chegando. Tem desde a Makima, que manipula todo mundo, até a Yoru, o Demônio da Guerra, e a Quanxi, assassina nata. Ele adora criar histórias com mulheres poderosas e meio que tortas. Essa vibe vem do gosto pessoal dele por mulheres dominadoras.
Ele mesmo diz que é masoquista e descobriu isso quando uma menina ficava em cima dele na faculdade. Em vez de se sentir mal, ele curtia. Fujimoto não tem medo de falar que põe um pouco do que ele curte nas suas histórias, colocando essas mulheres poderosas em destaque.
Chainsaw Man é cheio de personagens únicos e queridos, mas o Fujimoto não vê eles da mesma maneira que a galera. Ele até gosta de alguns e se dedica a desenvolvê-los, mas pra ele, o que conta mesmo é a história. Essa visão deixa ele bem à vontade pra tirar personagens de cena quando bem entende, mexendo no elenco sem pensar duas vezes.
A vida do Denji tem um quê das experiências do próprio Fujimoto. “Depois que me formei, eu também estava duro, pagando só uns 20 mil ienes [uns 200 dólares] de aluguel. O lugar não tinha ar-condicionado, então foi barra.”
O Denji é diferente de outros heróis shonen porque parece real. Um moleque sem grana e maltratado, buscando só um canto pra chamar de seu, algo que muita gente jovem hoje em dia entende bem. Fujimoto diz que se identifica com a galera de agora e a visão meio niilista da vida, porque ele também passou por isso. A fase inicial da vida adulta dele foi marcada pela luta pra ter uma vida simples e tranquila, igual muitos jovens hoje querem e lutam pra ter.
O Fujimoto é bem reservado sobre a vida pessoal e não usa redes sociais com seu próprio nome. Mas desde 2013, ele gerencia um perfil no Twitter como se fosse uma irmã mais nova que não existe. Os tweets são na maioria das vezes na vibe de comentários que uma criança da terceira série faria.
De vez em quando, essa “irmã” de Tatsuki Fujimoto recomendava filmes e falava de outros animes e mangás, sempre elogiando o “irmão mais velho”. Como você pode imaginar, a conta acabou no meio de várias polêmicas, desde problemas com limites de idade até tretas com os editores do Fujimoto.
Fujimoto vive fazendo graça com ele mesmo nas entrevistas. Diferente de muitos autores de sucesso, ele não se leva muito a sério. Sem formação profissional em mangá e com uma pegada bem relax pra escrever, Fujimoto não se acha lá essas coisas como mangaká, o que é loucura pra quantidade de fãs que ele tem. Suas dúvidas e autocríticas geralmente aparecem em forma de piada.
Desde dizer que Chainsaw Man não merecia nenhum prêmio quando ganhou o Harvey de Melhor Mangá, até brincar sobre o MAPPA escolher adaptar sua obra depois de sucessos como Dorohedoro e Jujutsu Kaisen, Fujimoto não perde a chance de rir de si mesmo.
| Os assistentes mais famosos de Fujimoto | Sua série de mangá de sucesso |
|---|---|
| Yuji Kaku | Hell’s Paradise |
| Tatsuya Endo | Spy x Family |
| Yukinobu Tatsu | Dandadan |
Ser assistente de um mangaká de sucesso é um jeitão tradicional de entrar no mercado, e Fujimoto teve a ajuda de alguns que depois fizeram nome por conta própria. Yuji Kaku de Hell’s Paradise, Tatsuya Endo de Spy x Family e Yukinobu Tatsu de Dandadan começaram ajudando no Fire Punch antes de lançarem seus próprios hits shonen.
Os assistentes do Fujimoto falaram super bem do tempo que passaram com ele, até elogiando suas excentricidades. Uma curiosidade que o Yuji Kaku compartilhou é que o Fujimoto fala bem parecido com o Denji – num japonês super descolado e informal.
Ishida Sui, o autor de Tokyo Ghoul, uma vez disse: ‘É melhor o Fujimoto-kun perceber logo que ele é bem mais doido do que pensa.’
Desde postar um vídeo tentando levitar até contar abertamente sobre ter comido um peixe de estimação morto da namorada, Fujimoto não esconde sua personalidade única. Mas, em vez de afastar, isso só fez ele ficar mais querido.
Os fãs do Fujimoto e seus mangás curtem demais essa vibe única e imprevisível das obras dele, que refletem o autor. As peculiaridades do Tatsuki Fujimoto são vistas como um toque de gênio pela comunidade que ele criou.
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