Em minha visão, “Naruto” aborda a morte com uma reverência intrigante. É verdade que a série está saturada de cenas de luta espetaculares, mas noto um paradoxo interessante: apesar dos inúmeros combates sangrentos, é raro que personagens centrais encontrem o seu fim.
Essa escolha narrativa é, em partes, compreensível – personagens adorados pelo público trazem um sabor de imortalidade às histórias em que figuram, prontos para retornar e enriquecer os arcos que se seguem. Isso pode ser visto como uma espécie de segurança dramática que mantém o tecido da narrativa intacto e permite que a história de Konoha continue a ser contada.
A morte dos antagonistas menores, embora possa parecer insignificante no começo, contribui grandemente para a construção do mundo de “Naruto”. Figuras como o empresário Gato e o Genin do Som têm seus destinos selados, nos apresentando um universo onde a justiça, muitas vezes, chega com um preço alto. Confira, a seguir, as 18 mortes de Naruto, na ordem!
A partida de Haku é digna de nota por sua nobreza e tragédia, constituindo uma das despedidas mais honrosas entre os vilões da série. É um reflexo intenso da lealdade e do amor que transcende a moralidade convencional.
O desenrolar desse evento desencadeia um mar de emoções e revolta, principalmente no coração de Naruto, que se vê diante do cruel código dos shinobi que Zabuza aparentemente endossa. Esse momento crítico é um divisor de águas não só para o espectador, mas para o próprio universo de “Naruto”.
A morte de Zabuza é um conto de redenção que, a meu ver, ressoa profundamente dentro do ethos de “Naruto”. Ele se transforma de vilão a anti-herói, desafiando o tirano Gato e sacrificando sua vida em um ato de desafio e honra. O poder de influência de Naruto e seu idealismo são tão palpáveis aqui que mudam o coração de um homem feito de ferro e névoa, ilustrando a crença de que até os mais endurecidos podem mudar.
O sacrifício de Hiruzen Sarutobi, o Terceiro Hokage, é uma das cenas mais marcantes da série. Ele confronta a morte não como um fim, mas como um meio – um último ato de devoção a sua vila e às gerações futuras.
A sua luta contra Orochimaru é tanto física quanto filosófica, destacando a tensão entre mestre e aluno e os limites que alguém está disposto a ultrapassar em nome do bem maior. Sua morte, embora triste, é uma morte de significado, deixando um legado que ecoará através da série.
A jornada emocionante de “Naruto Shippuden” é pontuada pela morte de personagens chave que deixaram os fãs em luto. O adeus a Sasori da Areia Vermelha é especialmente marcante. No episódio 27, “Sonho Impossível”, ele enfrenta o par inesperado de Sakura e Chiyo em uma batalha que definiu o destino de sua coleção de 298 marionetes de guerra.
Sasori, em uma exibição de maestria e desespero, sacrifica até seu corpo-maquinário nesse embate. Embora sua derrota tenha sido um momento de triunfo para a dupla, não posso deixar de sentir uma pontada de pesar pela perda de um vilão tão complexo. Sua decisão de compartilhar informações críticas com Sakura nos momentos finais expande os horizontes do enredo, configurando o palco para futuras revelações e conflitos.
Chegando no episódio 29, “Kakashi Iluminado!”, a suposta morte de Gaara é um baque para todos, mas a forma como é abordada em “Naruto Shippuden” merece aplausos e críticas. Ao evitar a exibição gráfica de sua morte, o anime nos força a confrontar a perda através dos olhos dos personagens que amamos, ampliando o impacto emocional.
A aparição de seu corpo, inertemente desrespeitado por Deidara, é revoltante e um testemunho das atrocidades da guerra. Naruto, movido pela fúria e pela dor, personifica a angústia de toda a audiência, lançando-se numa caçada vingativa. No entanto, Chiyo oferece uma réstia de esperança através de um ato de sacrifício, revivendo Gaara e, de certa forma, redimindo a crueldade que o anime nos fez testemunhar.
No episódio 31, “O Legado”, testemunhamos um dos mais puros atos de altruísmo de Chiyo, uma shinobi endurecida pela guerra e pelas perdas. Embora possa parecer um pouco conveniente demais que ela possuísse tal habilidade, o ato de trocar sua vida pela de Gaara é a epítome do que representa ser um ninja em “Naruto Shippuden”.
O legado de Chiyo é solidificado não apenas pelas suas habilidades como marionetista, mas por seu coração que, influenciado pela bondade inabalável de Naruto, escolhe a esperança e o futuro ao invés da desesperança.
O episódio 80, “Últimas Palavras”, nos confronta com a realidade brutal de que ninguém está a salvo da morte em “Naruto Shippuden”, nem mesmo os mentores como Asuma Sarutobi. Sua morte não é apenas uma perda para a equipe 10, mas um lembrete sombrio de que a guerra reclama todos, indistintamente.
O luto de Shikamaru, Ino e Choji é palpável e humaniza ainda mais esses personagens, permitindo aos espectadores compartilhar da mesma dor e da necessidade de vingança que os consome momentaneamente.
No episódio 89, “O Preço do Poder”, Kakuzu é derrotado pelas mãos de Naruto e Kakashi. A batalha é intensa e revela uma verdade central ao anime: a imortalidade é falha e não é páreo para o verdadeiro poder da conexão humana e da perseverança.
Ao contrário da Akatsuki, que muitas vezes luta por objetivos egoístas e vazios, os heróis de “Naruto Shippuden” são movidos pelo amor, amizade e a incansável busca por justiça. A derrota de Kakuzu não é apenas o fim de um vilão, mas um reforço da mensagem de que as verdadeiras ligações humanas são imortais e invencíveis.
No universo de “Naruto Shippuden”, o episódio 124 não foi apenas mais um capítulo da história. Representou o clímax de uma perseguição intensa onde Deidara, um artista da explosão cujas habilidades poderiam ser consideradas tão criativas quanto letais, encontrou seu fim diante de Sasuke Uchiha.
Não posso deixar de pensar que houve um certo desespero em seus últimos momentos. Ele tentou de tudo para subjugá-lo, e quando todas as suas obras de arte falharam, escolheu a via da autodestruição. Deidara se tornou a própria arte que tanto venerava: efêmera e explosiva. No entanto, Sasuke, o sobrevivente astuto, escapa por um triz, deixando-nos com a sensação de que a morte de Deidara foi em vão.
Passando para o episódio 133, somos confrontados com o inesquecível “Conto de Jiraiya, o Galante”. Neste ponto, Jiraiya já havia alcançado um status quase mítico como o sábio dos sapos, e sua morte foi um dos momentos mais marcantes de toda a série. Seu confronto com Pain, um ex-aluno que se tornou um vilão, foi carregado de simbolismo e tristeza.
Jiraiya, em sua tentativa de enfrentar o mal que ele mesmo ajudou a criar, falhou. Sua morte não foi apenas a perda de um personagem querido, mas também uma espécie de fim da inocência para muitos espectadores que acompanhavam a série. Ele se foi, mas deixou uma mensagem, um sopro de esperança para o futuro, que poderia ser representada na figura de Naruto. Sem dúvida, uma das mortes mais tristes de Naruto.
No episódio 138, “O Fim”, testemunhamos a tão esperada conclusão do conflito entre os irmãos Uchiha. Itachi, o prodígio atormentado, enfrenta Sasuke num duelo que é tanto físico quanto psicológico. Esta luta, permeada por anos de ódio e mal-entendidos, termina com a morte de Itachi, que, como sabemos mais tarde, tinha motivações muito mais complexas do que seu irmão mais novo ou nós, como espectadores, poderíamos imaginar.
Há uma espécie de tragédia grega na maneira como Itachi se submete ao seu destino, quase contente por ter sido derrotado por Sasuke, mantendo até o fim seu papel de vilão para proteger seu irmão da verdade dolorosa de seu sacrifício.
No episódio 174, “O Conto de Naruto Uzumaki”, Nagato, que controlava os Seis Caminhos da Dor, enfrenta a consequência de suas ações. Após uma batalha devastadora que deixou a Vila Oculta da Folha em escombros, Nagato se encontra com Naruto, o portador de sua esperança renovada.
A transformação de Nagato, de um instrumento de destruição para um defensor do sonho e da visão de Naruto, é quase bíblica. Sua decisão de sacrificar sua vida para reviver aqueles que ele havia matado é um momento de redenção poderoso, que reafirma o tema recorrente da série: a crença na humanidade e na possibilidade de mudança e perdão.
No episódio 211, “Danzo Shimura” nos mostra a queda de um homem que, embora controverso, acreditava estar defendendo os interesses de sua vila da forma mais pragmática possível. Danzo, com suas táticas extremas e falta de escrúpulos, enfrenta Sasuke, o vingativo Uchiha que está determinado a desvendar e punir as sombras por trás da tragédia de sua família.
A luta entre eles é intensa e revela as profundezas das habilidades de Danzo, mas no fim, ele não consegue superar Sasuke. Sua morte é chocante, e, de certa forma, horrível, deixando um legado de perguntas sobre os verdadeiros custos de segurança e poder.
No universo de “Naruto Shippuden”, poucos destinos são tão controvertidos quanto o de Kisame Hoshigaki. No episódio 251, testemunhamos o fim de um dos membros mais complexos da Akatsuki. Após a morte de Nagato, Kisame se mantém firme em suas convicções, mesmo diante de uma derrota iminente.
É um personagem que vive e morre à beira da lâmina, entre o heroísmo e a infâmia, escolhendo a autodestruição sobre a captura. Essa decisão soa como um último ato de desafio, talvez de liberdade, que encolhe as fileiras da Akatsuki, mas expande o debate sobre a natureza do sacrifício e lealdade. Esta é uma das mortes mais trágicas de Naruto.
O episódio 253 de “Naruto Shippuden” apresenta a dolorosa ironia na morte de Konan. Uma vez sonhadora, mais tarde transformada em instrumento de guerra, Konan personifica a perda da inocência em um mundo devastado por conflitos intermináveis.
Sua reviravolta após o sacrifício de Nagato e a influência de Naruto parece um renascer para a luz, mas a dura realidade se impõe quando Tobi a derrota. É a batalha final de uma mulher que escolheu se erguer contra o ciclo de ódio, mesmo que isso lhe custasse a vida.
No episódio 364, Neji Hyuga nos confronta com um dos momentos mais emocionantes de “Naruto Shippuden”. Seu sacrifício é um choque, uma escolha desesperada porém poderosa em proteger aqueles que amava, Naruto e Hinata.
Neji, que outrora lutou contra as restrições de seu destino, finalmente escolhe seu próprio caminho, sacrificando-se voluntariamente. Embora sua morte seja um ponto de virada na guerra, ela ressoa mais como um lembrete do preço humano do conflito. Muitos fãs consideram esta uma das mortes mais desnecessárias de Naruto.
O episódio 473 mostra a complexa narrativa de Obito Uchiha. Este é um homem cuja vida foi uma tapeçaria de boas intenções e caminhos errôneos. Sonhando em ser Hokage, Obito se perdeu pelo caminho, mas em seus momentos finais, encontra redenção.
A sua história serve como uma parábola sobre a possibilidade de mudança, de reescrever o final mesmo quando todas as suas ações anteriores parecem imperdoáveis. Obito, no final, reivindica sua humanidade, escolhendo morrer como um herói, não como um vilão.
Por fim, o episódio 474 traz o controverso destino de Madara Uchiha. É um fim que se entrelaça com ironia e justiça poética. Madara, o inimigo aparentemente invencível, enfrenta uma traição e um fim que poucos poderiam prever.
A sua busca pelo poder termina abruptamente, mas não sem um toque de redenção póstuma por meio do perdão de Hashirama. Mesmo sendo um dos antagonistas mais notórios, Madara recebe uma espécie de graça salvadora no final, sugerindo que talvez, até os mais desviados, tenham a esperança de serem compreendidos, se não perdoados, no grande esquema das coisas.
Aí estão todas as mortes de Naruto, em ordem! Siga-nos no Google News para receber as últimas notícias de anime!
Última atualização: 07/11/2023 14:29
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