My Hero Academia pode ter feito um erro de julgamento ao salvar All Might no novo capítulo, e não estou falando isso de forma leviana.
Considerado o pilar da série e uma figura paterna para Deku, All Might é sem dúvida uma parte fundamental da trama.
No entanto, é preciso pensar na oportunidade perdida que sua sobrevivência representa, algo que foi evidenciado no capítulo #404.
Neste capítulo, vemos que All Might escapa de uma morte quase certa na luta contra All For One, graças à intervenção de Deku e Bakugo. No entanto, a questão é: isso foi bom para a história?
Primeiro, vamos falar sobre impacto emocional. A série já fez um ótimo trabalho em nos fazer se importar com All Might, e sua morte poderia ter sido um ponto de virada monumental para Deku e para o mundo dos heróis em geral.
Teria sido um marco, um fim de era, algo que faria todos os personagens reavaliarem suas visões de mundo. O próprio Deku, que sempre teve uma abordagem quase ingênua sobre a bondade e a redenção, seria forçado a enfrentar dilemas morais mais complexos, especialmente em relação a Shigaraki, seu nêmesis.
Não me entendam mal, não estou torcendo pela morte de personagens queridos, mas quando uma série se recusa a fazer escolhas difíceis, ela corre o risco de cair no que eu chamo de “síndrome do super-herói ocidental”, onde ninguém de importância real parece morrer. Isso diminui as apostas e, francamente, tira um pouco do brilho do perigo e do suspense.
A sobrevivência de All Might também levanta outra questão: a armadura de enredo. Parece que My Hero Academia não tem coragem de matar personagens importantes, mesmo quando toda a narrativa está pronta para isso. Este é um problema que vai além de All Might e atinge a série como um todo, diminuindo o investimento emocional que temos nas lutas e nos arcos dos personagens.
Mas é claro, a série ainda não acabou. Estamos caminhando para o clímax, e há uma possibilidade de que essa “oportunidade perdida” possa ser de alguma forma recuperada. Porém, até lá, a decisão de manter All Might vivo soa como uma escolha segura demais, e às vezes, as melhores histórias são aquelas que ousam arriscar.
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