Se você está pensando que amizades trágicas e reviravoltas emocionais em relações de mentor e aprendiz são a espinha dorsal apenas de Naruto, pense de novo. “Jujutsu Kaisen” (JJK) entra em cena com uma dinâmica semelhante entre Gojo e Geto, que espelha a já icônica relação entre Kakashi e Obito de “Naruto“.
Vamos começar com as semelhanças óbvias. Ambas as duplas iniciam suas histórias como rivais relutantes que se transformam em amigos, apenas para então se tornarem inimigos amargos. É um enredo clássico, mas tanto Naruto quanto Jujutsu Kaisen o executam de maneira brilhante, enchendo suas narrativas com camadas de complexidade e emoção que deixam os fãs em pedaços.
Em “Naruto”, Kakashi e Obito eram a personificação de opostos que se atraem. Kakashi é o prodígio prático e cético, moldado pelo ostracismo que seu pai enfrentou. Obito, por outro lado, é o idealista sonhador. Sua relação atinge seu auge durante uma missão que vai terrivelmente mal, e embora pareça que os dois finalmente entendem um ao outro, a tragédia os separa. Eles terminam em lados opostos de uma guerra, com Obito tentando forçar uma paz ilusória sobre o mundo.
Da mesma forma, Gojo e Geto de “Jujutsu Kaisen” começam como rivais devido a suas filosofias opostas. Gojo é o prodígio arrogante, enquanto Geto é um pouco mais humilde e idealista. Mas, como sempre, o destino gosta de brincar com as coisas. Geto acaba se tornando alguém que quer eliminar todos os não-feiticeiros, forçando Gojo a encarar a dolorosa tarefa de enfrentar um amigo que se tornou inimigo. Essa tragédia dá mais profundidade à personagem de Gojo e também serve para avançar a trama da série de maneiras significativas.
Ambas as histórias vão além do mero ‘frenemies-to-enemies’. Elas são exemplos de como as relações podem ser complicadas e como as experiências moldam as pessoas de maneiras imprevisíveis. Não é apenas sobre bem e mal, mas sobre como as circunstâncias e até mesmo as boas intenções podem levar as pessoas por caminhos muito diferentes. Mais do que isso, essas relações não são apenas subtramas para manter o público entretido. Elas são centrais para os conflitos e temas mais amplos de suas respectivas séries.
A conclusão aqui é simples: enquanto “Jujutsu Kaisen” é elogiado por sua abordagem fresca e original da rivalidade em shonen, não podemos esquecer que Naruto já havia pavimentado esse caminho com Kakashi e Obito. Ambas as duplas trazem uma complexidade emocional e narrativa que redefine o que significa ser rival, amigo e inimigo em um mundo cheio de tons de cinza. Elas nos mostram que essas histórias de amizades rompidas não são apenas emocionantes, mas também são cruciais para entender os mundos complexos e ricos em nuances que essas séries nos apresentam.