Sabe, é bem claro que o mundo do anime adora dar uma piscadinha pros colegas. Eles fazem isso com estilo, seja imitando aquelas poses maneiras, copiando golpes finais ou até mesmo reciclando personagens inteiros. É tipo um jogo de “onde já vi isso?”, tentando adivinhar de onde veio cada inspiração.
Jujutsu Kaisen, então, é um desses animes que não só faz isso, mas faz com um carinho todo especial, tanto para os clássicos quanto pros mais novos no pedaço. A série virou praticamente um tributo a esse universo do shōnen.
Gege Akutami, que é o cérebro por trás de Jujutsu Kaisen, começou a publicar a história na Shōnen Jump lá em março de 2018. Aí, só dois anos depois, o Studio MAPPA deu vida ao anime. E em 2021, no Fanbook Oficial, rolou uma entrevista bem bacana com Akutami e com Tite Kubo, o autor de Bleach. Os dois falaram sobre mangás e tudo que os inspirou nessa jornada.
Quais animes são a inspiração de Jujutsu Kaisen?
Entrevista entre Gege Akutami e Tite Kubo
Na entrevista com Kubo, Akutami falou sobre as três histórias que o inspiraram a virar mangaká: Bleach, Hunter x Hunter e, curiosamente, Evangelion. Sabendo disso, dá pra perceber traços dessas obras nos personagens, no sistema de poder e até na mitologia de Jujutsu Kaisen.
E essa entrevista não é só legal, mas também reveladora. Mostra como autores como Kubo influenciaram Akutami e como ambos foram inspirados pelo Yoshihiro Togashi, o cara por trás de YuYu Hakusho e Hunter x Hunter. É interessante ver como as influências se entrelaçam, especialmente naquela troca divertida que rolou quando Akutami e Kubo se encontraram uns anos atrás.
Jujutsu Kaisen copiou outras séries?
Akutami fez um comentário sobre isso
Tem gente que critica Jujutsu Kaisen por parecer só um amontoado de referências, mas a verdade é que o anime conseguiu criar sua própria identidade. Mesmo com as claras inspirações, nunca se sente como uma cópia barata. O Akutami até falou sobre isso, incentivando os criadores mais novos a buscar a própria voz, em vez de só imitar os outros.
- Eu considero pessoas como Kubo-sensei e Tatsuki Fujimoto-sensei do Chainsaw Man como tendo identidades fortes… Já que suas criações são produtos dos instintos e talentos que vêm com uma identidade tão forte, eu só me machucaria se eu tentou copiar seus métodos. É por isso que faço de tudo para evitar essa armadilha. Sempre adorei ler Bleach , mas sei que imitá-lo seria a minha morte. No final das contas, não posso copiá-lo porque é muito único. Então, sempre que ouço pessoas dizerem que minha série as lembra Bleach , eu respondo hesitantemente com algo como: “Bem, claro, eu acho… Mas…”
Quais animes Jujutsu Kaisen homenageou?
A arte de homenagear através da animação
Olha, não é todo dia que a gente vê um anime prestando uma homenagem tão caprichada a tantos clássicos, né? Jujutsu Kaisen não só pegou as referências da história original e deu uma turbinada, mas também transformou isso numa verdadeira arte na segunda temporada. Apesar dos perrengues na produção, que todo mundo comentou, o anime conseguiu ser um dos grandes destaques do ano, uma verdadeira festa para os fãs do gênero.
Em cada episódio do Incidente de Shibuya, era como se abrisse uma caixa de surpresas de referências. Por exemplo, o episódio 31 foi praticamente uma carta de amor aos animes de mecha, tipo Evangelion e Gurren Lagann. Se não fosse por uns probleminhas técnicos na TV, teria sido perfeito.
E quando a coisa esquentou de verdade no incidente, parecia que não tinha limites. De My Hero Academia a Bleach, passando por Hunter x Hunter, Naruto, Rurouni Kenshin, e até JoJo’s Bizarre Adventure, foi um festival de referências. E isso sem contar as homenagens a obras fora do mundo dos animes, como no episódio 37, que teve uma luta inspirada no filme The Raid 2.
Se já não bastasse o episódio 31, o final da temporada foi uma super homenagem a Evangelion, com a mesma dubladora de Shinji Ikari, Megumi Ogata, emprestando sua voz para Yuta. Até as cenas com os superiores falando atrás de telas lembravam as conversas do Gendo com os monólitos Seele em Eva.
Conclusão: A fórmula shōnen de Jujutsu Kaisen
Shonen é um gênero que mistura de tudo que já rolou, com uma pitada de originalidade. Mesmo as histórias mais ousadas, que brincam com coisas mais pesadas ou maduras, acabam pegando emprestado um pouco do que já foi feito. Isso pode ser visto tanto como uma crítica quanto como um ponto alto, dependendo de como a coisa é feita.
Em Jujutsu Kaisen, não é difícil encontrar ecos de outros shōnen famosos. O trio principal, por exemplo, tem uma vibe que lembra Naruto, Sasuke e Sakura. E o Gojo, então, parece o Kakashi depois de um encontro com o universo de Hunter x Hunter. Além disso, o cenário moderno com aquela sociedade secreta remete a Bleach ou YuYu Hakusho.
Mas o mais legal é que as referências não param por aí. Os próprios personagens fazem um monte de alusões a outros animes e mangás, e isso é só uma pequena parte das várias referências à cultura pop que a série traz. Essa homenagem toda faz de Jujutsu Kaisen um shōnen feito pra quem cresceu mergulhado nesse mundo.
Jujutsu Kaisen tá se mostrando um ponto de virada no shōnen. É como se a geração que cresceu vendo esses animes agora estivesse no comando, criando histórias que são ao mesmo tempo um tributo e uma inovação. As equipes criativas estão fazendo essa ponte entre inspiração e originalidade de um jeito que tá renovando o gênero.
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