Apesar de Jiren emergir como um dos antagonistas mais formidáveis e enigmáticos da saga Dragon Ball, sua presença no cânone da série é tão esquiva quanto sua própria personalidade. Em “Dragon Ball Super“, ele se apresenta como o colosso do Universo 11, um guerreiro cujo poder é tão avassalador que obriga Goku a acessar níveis divinos de força para enfrentá-lo.
Este guerreiro é um exército solo, cuja aura de invencibilidade o precede. Contudo, sua derrota no Torneio de Poder pela equipe do Universo 7, e subsequente desaparecimento da narrativa principal, deixa um gosto de ‘queremos mais’ entre os fãs.
À medida que a história avança e o mangá nos apresenta a novas ameaças que fazem Jiren parecer um mero desafio do passado, questiona-se a relevância deste guerreiro no atual cenário. Goku e Vegeta, ao serem pressionados por novos inimigos, refinam suas habilidades a ponto de ofuscar formas anteriores, mostrando uma evolução constante.
Por outro lado, personagens como Gohan, Piccolo e Freeza também não ficam para trás, apresentando transformações que nivelam o campo de batalha. Isso nos leva a indagar: será que Jiren, com seus poderes atuais, ainda mantém seu status como rival à altura ou necessitará de uma nova metamorfose para se manter no jogo? A verdade é que Jiren permanece um enigma.
Sua história de fundo é pincelada de tragédia e mistério, mas carece da profundidade que outros personagens receberam. Sabemos que ele é marcado pela perda e pela traição, uma fundação traumática que forjou sua obsessão pela força individual. Mas o que mais? O universo de “Dragon Ball” frequentemente explora as motivações e os passados de seus heróis e vilões, mas com Jiren, temos apenas o esboço de um personagem cujo potencial para uma história rica é vasto e inexplorado.
Jiren, no auge do Torneio de Poder, é apresentado como uma fortaleza inabalável, um titã entre homens cuja simples presença é suficiente para eliminar os fracos. Sua luta crescente com Goku é a materialização do crescimento, uma dança de poder que culmina com a apoteose do Ultra Instinto. Mas no fim, não é a falta de força que o derruba; é a sua incapacidade de confiar e depender dos outros, uma ironia poética para um guerreiro cuja força pareceu inigualável.
Minha visão sobre a dinâmica de poder em “Dragon Ball Super” sempre esteve centrada em como a eficiência e o controle mental jogam um papel crucial no desenvolvimento das habilidades de um lutador. A afirmação de Vegeta sobre Jiren destila essencialmente esta perspectiva. Ao contrastar a pura força bruta com a habilidade de utilizar essa força de maneira eficaz, Vegeta nos dá uma visão que transcende o convencional entendimento do poder dentro do universo de “Dragon Ball”.
Se há algo que “Dragon Ball Super: Super Hero” destacou, é que a eficiência energética de Jiren vai além do que vemos à primeira vista. É fascinante como a série tece conceitos quase filosóficos sobre o uso do poder. Onde Goku e Vegeta representam o potencial explosivo, Jiren se apresenta como a personificação da potência contida e controlada. Whis, com sua perspicácia usual, não só reconhece, mas elogia essa capacidade de Jiren, que mais parece uma lição de vida que poderíamos levar para fora do contexto do anime: o poder verdadeiro reside não só na capacidade mas também na habilidade de usá-la sabiamente.
Quando falamos da possibilidade de Jiren alcançar o Ultra Instinct, entramos num território intrigante. Já sabemos que ele tem um controle mental quase sobre-humano sobre suas habilidades, fazendo dele um candidato ideal para esta técnica avançada. A narrativa de “Dragon Ball Super” sempre girou em torno da superação e evolução dos seus personagens, e Jiren já demonstrou possuir uma disciplina mental que muitos outros lutadores no universo aspiram a alcançar. O Ultra Instinct, uma técnica que transcende o pensamento consciente e coloca o lutador em um estado de combate puro, parece ser o próximo passo lógico na jornada de Jiren.
A reintrodução de Jiren na trama de “Dragon Ball Super” poderia ser um divisor de águas para a série. Com cada arco narrativo elevando o nível de poder dos personagens, Jiren com o Ultra Instinct poderia representar tanto uma ameaça monumental quanto um aliado inestimável. Pensando bem, o potencial de Jiren para ultrapassar os limites já conhecidos do poder pode se transformar em uma história onde ele se torna um oponente formidável ou um parceiro fundamental para os protagonistas.
Imaginar um segundo Torneio de Poder com um Jiren aprimorado pelo Ultra Instinct é, sem dúvida, uma ideia emocionante. Não só ele já provou ser um competidor assustador, mas sua evolução constante sugere que ele não atingiu seu limite. Jiren, até agora, tem sido um adversário honroso e um combatente formidável. Um personagem com tanto potencial para crescimento e desenvolvimento é uma tela em branco para os roteiristas, e, honestamente, um Jiren ainda mais poderoso poderia ser o catalisador perfeito para novas histórias emocionantes em “Dragon Ball Super”.
Em suma, Vegeta pode ter nos dado uma visão reveladora não só sobre a natureza da força de Jiren, mas também sobre o futuro do próprio “Dragon Ball”. Jiren, com seu autocontrole e eficiência, representa um tipo de força que vai além do físico, uma força que requer um entendimento mais profundo do que significa ser verdadeiramente poderoso. E é essa compreensão que pode abrir a porta para formas e poderes ainda inexplorados no universo de “Dragon Ball”.
Última atualização: 04/11/2023 06:24
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