Ao longo de mais de um quarto de século, “One Piece” tem sido um mar inexplorado de teorias e especulações. Eiichiro Oda, o mestre por trás dessa épica saga de piratas, tem mantido os fãs na beira de seus assentos com revelações que muitas vezes chegam como ondas de choque. Mas ainda assim, somos deixados a flutuar em um oceano de incógnitas sobre este universo repleto de mistérios.
Entre tantos segredos – a identidade de Joy Boy, a verdadeira natureza do One Piece, os eventos obscuros do Século Vazio – paira uma interrogação que atiça as chamas da curiosidade de fãs há anos: quem é a mãe de Luffy? As teorias são tantas que poderiam preencher as páginas de um denso tomo de lendas e contos. E sim, a internet é um celeiro fértil para essas teorias que nos deixam com um nó na garganta de tanto suspense.
Avançamos para a teoria que, por ser tão extravagante, acaba se torno deliciosamente atraente. A possibilidade de Luffy ser filho de Sir Crocodile, o ex-Shichibukai e líder da notória Baroque Works, que já causou um caos descomunal em Alabasta. Essa ideia parece virar o mundo de cabeça para baixo e está navegando na web há mais de uma década, ganhando força especialmente após o Arco Marineford.
O argumento central dessa teoria é outro rumor igualmente popular que sugere que Crocodile poderia ter sido uma mulher no passado. A fonte? O poderoso Emporio Ivankov, um revolucionário capaz de alterar hormônios a seu bel-prazer, evidenciado na fuga de Impel Down. E então, em um momento que capturou a imaginação dos fãs, Ivankov ameaçou expor um segredo de Crocodile, ao mesmo tempo em que se referia a ele com um tom zombeteiro de “Croco-boy”.
Oda é um mestre em deixar pistas visuais, e com Crocodile, ele foi ainda mais enigmático. Nos flashbacks, o rosto de Crocodile nunca é totalmente revelado, sempre escondido ou mostrado de costas, como na execução de Gold D. Roger. Talvez Oda esteja nos dizendo, sem dizer, que há algo no passado de Crocodile que merece ser descoberto.
A cereja do bolo dessa teoria é a capa do mangá onde Crocodile é apresentado com o enigmático título “O segredo de uma mulher” no capítulo 938. Este pequeno detalhe é como um fio solto que os fãs estão ansiosos para puxar. Além disso, a nomenclatura da Baroque Works, que enfatiza o gênero com “Sr.” ou “Sra.”, adiciona outra camada de intriga ao debate sobre a identidade de gênero de Crocodile, que ele hoje reforça com títulos como “Senhor” ou “Rei”.
No emocionante Arco Marineford, muitos detalhes vieram à tona que alimentaram esta teoria, incluindo a complexa relação de Crocodile com Luffy. Porém, há um argumento robusto contra esta teoria: Crocodile tentou inúmeras vezes matar Luffy, sem qualquer hesitação ou aparente conflito emocional. Isto soa contraditório, principalmente se considerarmos um laço materno ou qualquer afeto preexistente.
Foi durante a batalha de Marineford que a identidade de Luffy ganhou os holofotes, revelando suas conexões com Dragon e Garp. Esse momento foi crucial, marcando uma mudança drástica na postura de Crocodile. Ele passou de um vilão impiedoso para um anti-herói que arrisca sua vida para salvar Luffy. Tal atitude gerou questionamentos: o que motivou essa súbita alteração em seu comportamento?
Crocodile, sempre retratado como um personagem egoísta, subitamente se comporta de maneira altruísta, uma dicotomia que desafia a consistência do seu arco narrativo até então. Esta inversão de papel, especialmente contra um adversário, abre espaço para múltiplas interpretações sobre suas verdadeiras motivações.
Apesar das teorias intrigantes, permaneço cético quanto à ideia de Crocodile ser a mãe de Luffy. Existem muitas incógnitas que enfraquecem essa linha de pensamento. Seria essa mudança de atitude resultado de um débito monumental com Monkey D. Dragon ou algo mais intricado que liga Crocodile ao pai de Luffy?
“One Piece ” abordou a questão de gênero e identidade com naturalidade e inclusão, apresentando personagens de gênero fluido e transgêneros. Isso fornece um contexto onde a teoria de Crocodile possuir um passado feminino não parece tão distante da realidade do mundo criado por Oda.
Com a estreia da adaptação live-action de “One Piece” pela Netflix, a teoria ganhou novo fôlego. Uma cena em particular, reminiscente dos flashbacks do anime, colocou uma mulher misteriosa sob os holofotes, possivelmente insinuando uma conexão com Crocodile.
A confirmação de uma segunda temporada da série da Netflix insufla ainda mais mistério sobre o papel de Crocodile. A seleção do elenco poderá ser uma pista sutil, ou talvez um despiste, sobre a verdade por trás de uma das teorias mais fascinantes de “One Piece”. E enquanto Eiichiro Oda não nos brindar com a verdade, resta-nos teorizar e desfrutar das camadas que tornam “One Piece” um épico moderno da narrativa.
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