A temporada de outono de 2023 está marcada pelo aguardado retorno de “The Rising of the Shield Hero“, um anime isekai que se destaca e retorna para sua terceira temporada, prometendo mais aventuras no reino da fantasia.
Este anime colecionou tanto fãs quanto críticos; por um lado, é elogiado por sua rica construção de mundo, cenas de batalha inventivas e uma abordagem ousada. Por outro lado, há críticas dirigidas aos questionáveis elementos narrativos, a trama às vezes fraca e um protagonista que nem sempre agrada.
Diferentemente da primeira temporada, que gerou controvérsias, a segunda temporada de “Shield Hero” foi mais tranquila, mas não conseguiu replicar a empolgação inicial.
Agora, a terceira temporada enfrenta a pressão de resgatar o brilho original da série, trazendo um anime de fantasia isekai que possa encantar todos os fãs. Para isso, é crucial que “The Rising of the Shield Hero” supere suas falhas anteriores e alcance todo o seu potencial.
As séries de anime isekai geralmente dependem fortemente de seus protagonistas, e “The Rising of the Shield Hero” não é exceção. Centralizado em Naofumi Iwatani, um jovem convocado para o Reino de Melromarc junto a outros três heróis, a série mostra Naofumi enfrentando diversos desafios.
Ele se destaca por sua abordagem pragmática e por usar seu escudo de maneiras inovadoras. Junto com Raphtalia, Filo e Rishia Ivyred, Naofumi forma um grupo único, mas sua natureza de anti-herói cínico tem seus limites, especialmente na terceira temporada.
Agora, Naofumi precisa evoluir além do estereótipo do anti-herói indiferente, um contraste com personagens isekai como Rimuru Tempest e Katarina Claes. Os espectadores ainda buscam entender quem é Naofumi verdadeiramente, já que sua personalidade parece não estar totalmente desenvolvida. Como um anime centrado em personagens, “Shield Hero” deve explorar mais profundamente a psique e o passado de Naofumi, assim como fez com Raphtalia. Revelar mais sobre seu verdadeiro eu e superar os desafios enquanto anti-herói isekai é essencial.
Uma maneira de Naofumi alcançar isso é através da interação e colaboração com os Heróis da Lança, da Espada e do Arco. Unir forças com os outros heróis para enfrentar as Ondas poderia adicionar novas camadas à sua personalidade e estilo de luta. Isso também poderia destacar as melhores qualidades dos outros heróis, Motoyasu, Ren e Itsuki.
O enredo de Naofumi como um “lobo solitário” já se esgotou, e não beneficiou a série em sua segunda temporada. Agora, a série tem a oportunidade de transformar os Quatro Heróis Cardeais em uma equipe no estilo dos Vingadores do gênero isekai. Se Naofumi assumir a liderança, ele pode impulsionar a narrativa e renovar o entusiasmo dos fãs nesta nova temporada.
Muitos animes isekai se destacam por sua flexibilidade narrativa, permitindo histórias mais relaxadas onde o herói simplesmente desfruta de suas aventuras sem grandes ambições. Em contraste, “Re:Zero” se beneficia de objetivos claros e concisos para seu protagonista, Subaru Natsuki, como salvar Rem ou auxiliar Emilia em suas intrigas políticas.
Em “The Rising of the Shield Hero”, a luta épica contra as Ondas e as criaturas de outros mundos, como as Bestas Guardiãs, pede um clímax definitivo para dar sentido ao enredo e elevar as apostas. Entretanto, até agora, a série tem enfrentado dificuldades em definir esse objetivo final.
Os quatro Heróis Cardeais têm a missão genérica de derrotar todas as Ondas para retornar aos seus mundos, um objetivo que parece insuficiente diante dos feitos e desafios de Naofumi. Para manter o interesse, é fundamental que haja uma recompensa mais significativa no fim dessa jornada.
A terceira temporada oferece a Naofumi metas imediatas e novos antagonistas, como libertar os demi-humanos amigos de Raphtalia ou enfrentar a Fênix. No entanto, é preciso mais. O clichê isekai do “herói que deve derrotar o rei demônio” fornece um objetivo tangível e movimenta a trama.
“Shield Hero” poderia se beneficiar ao dar a Naofumi um supervilão próprio, cuja derrota marcaria o triunfo definitivo dos Heróis Cardeais. A terceira temporada talvez seja cedo demais para um confronto final, mas a introdução desse vilão poderia preparar o terreno para uma emocionante quarta temporada.
“The Rising of the Shield Hero” não pode apagar os elementos polêmicos das temporadas passadas, especialmente os relacionados à vilã Malty Melromarc. No entanto, há espaço para correção de rota, especialmente no tratamento das personagens femininas.
A série começou a endereçar essas questões, como na resolução da trama de falsas acusações contra Naofumi com a intervenção da Rainha Mirellia Melromarc. Com a saída de Malty do foco narrativo, o ideal seria que a série continuasse nessa direção, sem reverter ou trazer mais destaque à sua história.
Além disso, a terceira temporada poderia se afastar de outros aspectos controversos, como o envolvimento de Naofumi com o comércio de escravos e a representação superficial de suas personagens femininas. Personagens como Raphtalia e Filo têm se saído bem, mas outras, como Ost Horai, são subutilizadas ou descartadas rapidamente. Eliminando progressivamente esses aspectos negativos, “Shield Hero” pode se mover em uma direção mais positiva.
O futuro de “The Rising of the Shield Hero” pode explorar todo o seu potencial ao celebrar a força e a positividade feminina. Personagens como Rishia Ivyred podem ser reinventadas para se tornarem mais fortes e impactantes. A série também pode desenvolver melhor personagens recentes como Sadeena, evitando reduzi-las a meros elementos de “fan service”.
Com uma abordagem mais empoderadora, até a Princesa Malty poderia ter a chance de uma redenção significativa. A série insinuou um forte empoderamento feminino com a Rainha Mirellia Melromarc e o foco em liderança feminina. Apesar de a segunda temporada não ter explorado isso a fundo, a terceira temporada tem a oportunidade de colocar as personagens femininas em destaque, permitindo que “The Rising of the Shield Hero” avance de forma positiva e construtiva.
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Última atualização: 26/11/2023 18:43
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