Atenção: Spoilers à vista de Castlevania: Nocturne, disponível na Netflix. Se você pensava que uma boa adaptação de videogame para a televisão era um mito urbano, Castlevania da Netflix está aqui para provar o contrário. E depois de quatro temporadas de sucesso, a série deu lugar a Castlevania: Nocturne, mantendo viva a chama do seu legado enquanto desbrava novos caminhos.
Clive Bradley assume a caneta nesta nova iteração, enquanto a Powerhouse Animation, liderada pelos irmãos Sam e Adam Deats, continua imprimindo sua visão única na obra. Ambientada durante a Revolução Francesa, a narrativa segue Richter Belmont e Maria Renard, herdeiros de um legado complicado e repletos de aliados inusitados, contra uma nova ameaça sobrenatural.
Nem tudo são flores ao comparar Castlevania e Nocturne. Mas essa comparação inevitável traz consigo uma beleza própria. A complexidade emocional de Trevor e Richter nos mostra dois lados diferentes da mesma moeda. Trevor hesita em aceitar seu papel de protetor, enquanto Richter lida com seu próprio trauma pessoal que o faz agir impulsivamente contra vampiros.
O que torna esta continuação única é como ela expande o mundo já vasto de Castlevania. Se a série original focava no poder da mitologia, da magia e de um elenco de apoio tão carismático quanto os personagens principais, Nocturne pega todas essas ideias e eleva à enésima potência. Richter não é apenas um caçador de vampiros; ele é um personagem complexo que equilibra habilidades de combate com magia.
O elemento de violência que deu sabor ao original não é esquecido. E assim como na série original, o poder dos personagens nunca os torna invulneráveis. Richter tem sua própria jornada de crescimento, que inclui a descoberta da magia. Maria e os outros aliados trazem suas próprias habilidades mágicas e culturais, tornando este conjunto de personagens tão fresco quanto poderoso.
Castlevania e Nocturne nunca se encaixaram perfeitamente na caixa definida como “anime”, mas talvez esse seja o ponto. O estilo varia entre inspirações japonesas, coreanas e chinesas, e a série usa isso como uma força, desafiando as noções tradicionais do que uma animação pode ser. Claro, tem seus momentos baixos, mas isso não tira o mérito da evolução visual ao longo das temporadas.
Castlevania: Nocturne nos mostra que a arte da animação pode ser tanto visualmente deslumbrante quanto narrativamente rica, independentemente das fronteiras culturais. Não é perfeito, mas como sua antecessora, a série tem um encanto particular que a torna irresistível. Ela não apenas presta homenagem ao que veio antes, mas também se esforça para ser algo ainda melhor.
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Última atualização: 10/10/2023 07:38
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