“Attack on Titan” nos levou a uma montanha-russa emocional em seu final, deixando-nos ponderar sobre as escolhas e consequências trágicas de seu protagonista, Eren Yeager. Sob o título “Rumo à Árvore na Colina”, fomos transportados para uma dimensão onde a moralidade é cinza, e as linhas entre heróis e vilões são turvas.
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No coração do climax, Eren revela sua intenção de ser derrotado – um gesto para elevar seus companheiros como salvadores da Ilha Paraíso. Ele profere uma verdade esmagadora: tudo que ocorreu foi um passo em seu plano grandioso para libertar Ymir Fritz da escravidão de um amor tóxico.
Porém, essa confissão é permeada por uma sensação de manipulação, especialmente em relação a Mikasa, a chave inadvertida para o desfecho de sua história. O dilema de Eren, entre o desejo de viver e a aceitação de seu fim, confere uma complexidade à sua personagem que é tão fascinante quanto frustrante.
Armin confronta Eren com a crueza de suas ações, o custo humano inimaginável de seu “Rumbling”. Eren, então, se entrega a uma autodepreciação, confessando que sua suposta inevitabilidade não passou de uma falha própria. A reação de Armin é emblemática – um misto de repulsa e empatia, culminando em uma despedida emocional que promete um encontro no inferno. A narrativa sugere um heroísmo maldito, onde o sacrifício é tão nobre quanto questionável.
Saiba as diferenças entre finais do anime e mangá de Attack on Titan
Na adaptação para a tela, observamos um Eren que difere do mangá – ele é mais humano, mais vulnerável. Sua interação com Armin oferece um contraponto à sua persona no mangá, onde a admissão de falhas e a gratidão relutante por um sacrifício são deixados de lado, substituídos por uma façanha mais estática e resoluta.
A queda de Eren trouxe o fim dos Titãs, uma libertação para os Eldianos, que se veem finalmente como humanos comuns. Contudo, esse novo amanhecer é nublado por tensões que se recusam a ceder e preconceitos que se cristalizam apesar dos anos. A caminho de uma cimeira de paz, resta uma chama de esperança nas palavras de Armin, um eco de possibilidades de reconciliação.
A Persistência do Ciclo de Ódio: O Futuro Incerto de Paradis
Os créditos finais revelam uma premonição sombria – a ilha Paradis reduzida a escombros. Apesar de não sabermos o artífice da destruição, o legado de Eren e Armin é manchado pela continuidade da violência que eles tentaram erradicar. O achado simbólico do menino sob a árvore onde Eren jaz enterrado é uma dica arrepiante de que os poderes dos Titãs podem retornar, insinuando um recomeço ou talvez um novo capítulo de conflitos intermináveis.
Em meio à ansiedade e às teorias dos fãs sobre um desfecho alternativo para o anime, a obra manteve-se majoritariamente fiel ao seu material original. As expectativas sobre um possível desvio narrativo no anime geraram debates acalorados entre os entusiastas, mas o que se viu foi uma conclusão que honrou o mangá, ainda que com nuances dignas de nota.
O desfecho proporcionou um acerto de contas necessário entre Eren Yeager e Armin Arlert, corrigindo talvez um dos pontos mais controversos da obra. O apreço de Armin pelo genocídio orquestrado por Eren foi recebido com desdém pela comunidade, uma linha de diálogo que, até o próprio Isayama admite, não reverberou como pretendido. A adaptação para anime suavizou essa aresta, trazendo um agradecimento mais sutil e um compartilhamento de responsabilidades mais alinhado com a empatia que Armin sempre simbolizou.
A narrativa visual dos créditos finais introduziu uma sutil, mas perceptível, visão futurista. A representação de Paradis, florescente e reconstruída, contrasta com a impressão de um progresso mais lento no mangá. Este salto temporal traz uma reflexão sobre a ciclicidade destrutiva da humanidade, com Paradis, uma vez uma utopia reconstruída, novamente em ruínas – um final sombrio e um comentário pertinente sobre a natureza conflitiva do ser humano.
A Trágica Pintura de um Rio de Sangue
A última conversa entre Eren e Armin, agora embebida em uma atmosfera mais sombria, apresenta uma mudança visual poderosa. O sangue das vítimas de Eren não apenas pinta a cena de um vermelho visceral mas também incita uma profunda reflexão sobre o peso das escolhas do protagonista. A transposição dos elementos – a concha, o sangue, o abraço – adiciona uma nova camada de significado ao adeus final dos amigos.
Nos momentos finais, uma discreta alteração na reconstrução do terreno e na interação dos personagens restantes sugere um novo começo, apesar da ausência de certos acenos nostálgicos vistos no mangá. A cena de Gabi e Falco plantando uma árvore simboliza a esperança e a continuidade, um gesto que certamente será bem-recebido pela audiência, selando o final como uma transição respeitosa e tocante da história.
Em suma, “Attack on Titan” concluiu sua saga épica com a mesma grandiosidade com que começou. As mudanças introduzidas pela adaptação do anime não apenas honraram a obra original mas também adicionaram nuances emocionais que ressoarão com os fãs por muito tempo. Foi um final digno de sua grandeza, um adeus que será lembrado e debatido nas discussões dos aficionados por anime.
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