Não é de surpreender que o episódio final de Attack On Titan mate pelo menos um personagem importante, mas também há alguns sobreviventes notáveis. Afinal, quem vive e quem morre no último episódio?
Não se pode ignorar o peso que a conclusão da saga de Eren Yeager tem para “Attack on Titan“. O que foi, em suas origens, uma história de vingança e sobrevivência, transformou-se em uma narrativa de sacrifícios e escolhas impossíveis. Eren, que passou de herói a antagonista complexo, encontra o fim pelas mãos daquela que mais o amou – Mikasa. É uma escolha narrativa ousada, sem dúvida, mas que se encaixa perfeitamente no que “Ataque a Titã” sempre representou: a dolorosa realidade de que, às vezes, o amor e a salvação de muitos podem exigir a perda de alguém muito caro.
A história de Ymir é uma tragédia entrelaçada com o tecido de “Ataque a Titã”, uma narrativa que nos leva a refletir sobre o poder, a opressão e a busca por libertação. O destino de Ymir é selado numa mistura de emancipação e tristeza, onde a liberdade só chega com o fim de uma era – o fim dos Titãs. O simbolismo de sua jornada, pontuado pelo abuso e pela dominação que sofreu, e sua libertação final, é um microcosmo do mundo que Isayama criou: brutal, injusto, mas não sem um vislumbre de esperança.
A trajetória de Zeke oferece uma reflexão sobre a heroísmo e a moralidade em tempos de guerra. Seu fim, entregue nas mãos do incansável Levi, é a conclusão inevitável de um caminho repleto de boas intenções, mas pavimentado por ações questionáveis. A morte de Zeke não é apenas o fim de um personagem; é o fim de uma ideologia, o fim da crença de que os fins sempre justificam os meios.
Mikasa emerge como a verdadeira heroína deste final épico. Sua habilidade de escolher a razão sobre o coração, a sobrevivência de muitos sobre seu próprio desejo pessoal, é o que a distingue. Seu papel é crucial, pois é a personificação da resiliência humana frente às escolhas mais devastadoras.
A sobrevivência de Levi é um testamento à sua força inabalável. Suas cicatrizes são o preço da guerra, e sua sobrevivência, mesmo que quebrada, é uma vitória em si. A incapacidade de andar que ele enfrenta pós-guerra é um reflexo físico das feridas emocionais e psicológicas que todos os personagens carregam.
Armin, sempre o estrategista, o sonhador, assume um novo papel crucial: o de pacificador. A sua evolução de um jovem assustado para um líder ponderado é um arco satisfatório e simbólico, destacando o poder da palavra e da diplomacia sobre a força bruta.
Contra todas as probabilidades, os membros sobreviventes dos Escoteiros veem o amanhecer de um novo dia. Seu legado de heróis é um bálsamo para as feridas deixadas pela guerra, um lembrete de que mesmo na mais escura das noites, a humanidade pode prevalecer.
Apesar do aparente final feliz, somos deixados com um pressentimento sombrio. A revelação final de que Paradis enfrentará ruínas futuras sugere que o ciclo de violência e ódio ainda não foi quebrado. Este ciclo infindável, representado pela descoberta da árvore onde Eren foi enterrado, levanta questões perturbadoras sobre a natureza da humanidade e a dificuldade de escapar de nosso passado violento. Isayama, mais uma vez, nos lembra que na realidade, nem sempre há finais felizes ou soluções simples.
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