“Chainsaw Man“, criado por Tatsuki Fujimoto, que tem balançado o cenário do anime com sua abordagem nada convencional. A série mistura lutas de tirar o fôlego, uma pitada de terror e muito sangue, trazendo personagens complexos e carismáticos num mundo onde demônios e caçadores se enfrentam. Por baixo do visual estonteante e ação contínua, “Chainsaw Man” esconde camadas de complexidade que às vezes parecem um tanto confusas.
A primeira temporada, com seus doze episódios, deixou os fãs intrigados e com várias perguntas sem resposta, principalmente sobre as regras que regem os demônios e caçadores na série. Enquanto é fácil se perder na ação e na violência estilizada, um olhar mais atento revela algumas incongruências difíceis de ignorar. Será que a próxima temporada vai desvendar esses mistérios? Vamos ver.
Denji, o protagonista e um híbrido humano-demônio, é uma peça única no xadrez dos animes shonen. Ele se transforma no temido Chainsaw Devil puxando uma corda no peito, o que eleva seu poder de forma significativa. O anime muitas vezes corta a cena logo após Denji iniciar a transformação, deixando-nos apenas com o resultado final. No entanto, essas transformações variam e não seguem um padrão claro.
Denji pode assumir uma forma onde sua cabeça é completamente substituída pelo Chainsaw Devil, enquanto em outras, ele mantém seu rosto, com a lâmina da motosserra projetando-se dele. As razões ou a lógica por trás da escolha dessas formas ainda são um mistério.
Falando em transformações, o design do Chainsaw Devil de Denji desafia qualquer lógica. Ter uma motosserra giratória na cabeça e nos braços não parece afetar sua força ou habilidade de luta. Denji continua a ser um lutador formidável, apesar de carregar essas lâminas afiadas e giratórias. Não há efeitos colaterais aparentes dessa transformação bizarra, mas vamos ser sinceros: ele fica incrível, seja em sua forma híbrida ou completa.
Em “Chainsaw Man”, a transformação de Pochita em um cãozinho laranja, com uma serra elétrica saindo da cabeça, é um dos aspectos mais curiosos. Pochita é a essência do medo de motosserras, mas por algum motivo, escolhe se apresentar de maneira adorável e vulnerável. O anime mostra o relacionamento emocional entre Denji e Pochita, mas deixa de lado a explicação para essa escolha inusitada de forma. É um contraste interessante com sua origem e natureza aterrorizantes.
A estrutura de poder em “Chainsaw Man” é um verdadeiro quebra-cabeça. Temos demônios, híbridos e demônios que controlam cadáveres humanos, cada um com suas próprias peculiaridades e níveis de força. Denji, como um híbrido, parece desafiar as regras estabelecidas, enfrentando inimigos poderosos sem aparentemente ser contido por sua humanidade. A série não esclarece os critérios para determinar o poder de cada criatura, criando um cenário onde tudo parece possível e imprevisível.
Os contratos com os demônios são um aspecto central em “Chainsaw Man”, onde humanos negociam poderes em troca de sacrifícios. No entanto, a lógica por trás desses acordos é um tanto nebulosa. A série não explora em profundidade como esses contratos são formados, seus limites e por que um demônio poderoso se interessaria em fazer tais acordos com humanos. Essa dinâmica de poder entre humanos e demônios é intrigante, mas falta uma explicação mais consistente.
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Denji é um adolescente com desejos e impulsos, o que até faz sentido. Mas em “Chainsaw Man”, ele às vezes leva isso a extremos, como quando é enganado por Power em uma situação de vida ou morte. Denji apresenta uma moralidade volátil, ora agindo heroicamente, ora sendo cruel e indiferente. Suas ações e sentimentos parecem inconsistentes, alternando entre o desejo de proteger os inocentes e uma aparente excitação com a violência. Essa imprevisibilidade de Denji adiciona uma camada de complexidade ao personagem, mas também gera confusão sobre sua verdadeira natureza.
Em “Chainsaw Man”, a linha entre vida e morte é tênue. Personagens resistem a danos físicos extremos, voltando à normalidade mesmo após lesões gravíssimas. A regeneração e ressurreição operam sob regras pouco claras. Contratos com demônios e trajes de caçadores, que parecem simples roupas, oferecem alguma proteção contra a morte. Denji, por exemplo, parece imortal, enquanto outros demônios e caçadores não têm a mesma sorte. A série usa sangue como um elemento chave para a recuperação, independentemente da gravidade dos ferimentos, adicionando mais uma camada de surrealismo à trama.
A série traz leveza com a inclusão de demônios menores, criando momentos cômicos em meio ao caos. A origem desses demônios, que supostamente manifestam os medos humanos, levanta questões. Personagens como o Diabo do Pepino-do-Mar e o Diabo do Tomate são hilários, mas questionáveis, já que é improvável que pepinos-do-mar e tomates sejam fontes comuns de medo humano. Estes demônios mais leves, apesar de sua estranheza, proporcionam um contraste bem-vindo com as entidades mais ameaçadoras da série.
O final da temporada apresenta um elemento intrigante: uma porta nos sonhos de Denji, acompanhada de um aviso de Pochita para nunca abri-la. Este elemento simbólico pode representar um trauma ou um segredo escondido na mente de Denji. A série, predominantemente focada em ação e horror, toma um rumo inesperado com essa inclusão enigmática, gerando especulações e teorias entre os fãs sobre seu significado.
A ideia de demônios e fiends trabalhando como caçadores de demônios é um dos aspectos mais paradoxais da série. Enquanto humanos podem ter razões pessoais para combater demônios, a motivação desses seres sobrenaturais para lutar contra sua própria espécie é menos clara. “Chainsaw Man” deixa em aberto os motivos que levam demônios e fiends a se aliar aos caçadores humanos, criando um cenário onde a lógica e o senso comum são frequentemente desafiados.
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