Dragon Ball Super trouxe uma nova vibe ao universo Dragon Ball, criado por Akira Toriyama. Essa continuação pegou o que a gente já curtia em Dragon Ball Z e jogou os personagens, tipo o Goku e sua turma, em um universo ainda mais vasto cheio de desafios e novidades.
Com a chegada dos Deuses da Destruição, Anjos e outras figuras celestiais, o negócio ficou ainda mais interessante, e até o Goku e o Vegeta ganharam poderes que são de outro mundo, literalmente.
O sucesso de Dragon Ball Super não é só papo. Através dos mangás e filmes, a série alcançou alturas que a gente nem imaginava, mostrando transformações e batalhas épicas. Mas nem tudo é perfeito. Tem horas que a história dá uma escorregada e deixa a galera pensando se o Toriyama não perdeu a mão em algumas partes.
Dragon Ball Super iniciou com uma escolha um tanto questionável: transformar os filmes “Batalha dos Deuses” e “Ressurreição ‘F'” em seus primeiros arcos narrativos. Embora revisitar essas histórias pudesse parecer uma boa ideia, a extensão desse reconto até os primeiros 27 episódios foi, para muitos fãs, uma repetição desnecessária. Esse movimento inicial deu a impressão de falta de novidade, especialmente para quem já estava familiarizado com essas aventuras cinematográficas.
Um episódio específico de Dragon Ball Super transformou-se em um crossover com “Dr. Slump”, outra criação de Akira Toriyama, colocando Arale Norimaki, a menina robô, no centro da ação. O episódio, que desviou o foco para um tom mais humorístico, mostrou Arale derrotando facilmente dois guerreiros Super Saiyan Blue. Para os fãs, ver personagens tão poderosos quanto Goku e Vegeta serem superados de forma tão cômica por um personagem de outro universo foi um choque, desvalorizando, de certa forma, o prestígio do poder Super Saiyan Blue.
A fusão, um dos conceitos mais fascinantes de Dragon Ball, teve suas regras flexibilizadas em Super. Originalmente apresentada como uma união permanente para deuses, a fusão Potara entre Shin e Kibito foi desfeita, aparentemente com a ajuda das Esferas do Dragão. Essa reviravolta pareceu mais uma conveniência narrativa do que uma progressão lógica da história, especialmente considerando que a permanência da fusão era um aspecto que adicionava peso e consequência à decisão de se fundir.
Apesar de serem apresentados como prodígios Saiyans em Dragon Ball Z, Goten e Trunks foram relegados a um papel surpreendentemente menor em Super. Durante o Torneio do Poder, uma oportunidade perfeita para mostrar seu crescimento e habilidades, eles foram deixados para trás, encarregados de cuidar da Ilha dos Monstros. Essa decisão não só subutilizou o potencial de dois personagens queridos, mas também deixou os fãs questionando o motivo pelo qual guerreiros tão promissores foram reduzidos a meros figurantes na trama principal.
Quando o Bom Buu se preparou para o Torneio de Poder, sua transformação física foi um momento de pura empolgação. Ele não apenas mostrou um compromisso sério, como também prometia ser uma peça fundamental para a equipe. Contudo, sua subsequente exclusão do torneio, seguida pela reversão à sua forma anterior, foi um balde de água fria nas expectativas. A narrativa poderia ter explorado caminhos alternativos para Buu, mantendo sua evolução física ou utilizando sua exclusão de maneiras mais criativas, ao invés de simplesmente descartar o desenvolvimento como uma nota de rodapé humorística.
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Ao tentar explicar as transformações Super Saiyan através da ciência das células S, Dragon Ball Super adicionou uma camada de complexidade que, para muitos, parecia desnecessária: concentrar energias nas costas. Transformar um momento de intensa emoção e poder em uma questão de biologia reduziu o impacto místico e a grandiosidade dessas transformações, tornando-as menos um produto de esforço e mais uma predisposição genética. Essa tentativa de racionalização tirou um pouco da magia que sempre envolveu o processo de se tornar um Super Saiyan.
A capacidade de Freeza destruir a Terra, seguida pela intervenção de Whis que reverte o tempo, serviu como um lembrete de que, em Dragon Ball Super, as consequências podem ser facilmente anuladas. Embora tenha sido um momento dramático, a facilidade com que a catástrofe foi desfeita diminuiu o senso de perigo e urgência que a série poderia ter explorado. Essa habilidade de “reset” introduzida pelos anjos minimiza os riscos envolvidos nas batalhas, sabendo que sempre pode haver uma saída mágica.
A utilização das Dragon Balls por Granolah para se tornar o guerreiro mais forte do universo, e o subsequente desejo similar feito por Gas, destaca um problema fundamental com o uso das esferas: a subversão do crescimento e desenvolvimento através do treinamento. Ao permitir que o poder supremo seja concedido por um desejo, a série corre o risco de desvalorizar a jornada e os desafios enfrentados pelos personagens ao longo de suas vidas. Isso cria um precedente problemático onde a determinação e a perseverança podem ser vistas como secundárias em relação a um atalho mágico.
A revelação de que Bardock fez um desejo para que seus filhos prosperassem adiciona uma nova dimensão à história de Goku, mas também traz consigo a questão do destino versus mérito. Se o sucesso contínuo de Goku é, de fato, influenciado por esse desejo, isso poderia diminuir suas conquistas, sugerindo que sua jornada foi predestinada por forças além de seu controle. Embora seja uma adição interessante à mitologia Saiyan, também é uma que pode subtrair do valor do esforço pessoal e das vitórias alcançadas por Goku.
A decisão de Goku de oferecer um feijão Senzu a Moro é, talvez, uma das mais controversas. Representa a gentileza e o otimismo crônico de Goku, mas também destaca uma ingenuidade que beira a irresponsabilidade. Ao estender a mão para um vilão irredimível como Moro, Goku não apenas arriscou a segurança do universo, mas também questionou a sabedoria de sua compaixão desenfreada. Esse momento não só testou os limites da generosidade de Goku, mas também serviu como um lembrete amargo de que nem todos podem ou devem ser salvos.
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